A dívida da União dos Escritores Angolanos (UEA) para com os seus 23 funcionários, que desde Dezembro de 2019 não recebem salários, está avaliada em mais de 80 milhões de kwanzas, segundo cálculos do Novo Jornal. Para chegar a essa conclusão, esse semanário considerou o custo mensal com os salários, que, conforme a contabilidade da instituição, está avaliado em 3.500.000 Kz (três milhões e quinhentos mil kwanzas), e multiplicou-o com o número de meses de salários em atraso (24), o que resultou num valor total de 84 milhões Kz. Em poucas palavras, a UEA deve cerca de 3.600.000 Kz (três milhões e seiscentos mil kwanzas) a cada um dos 23 funcionários. Cada um dos 128 escritores-membros da associação fundada por Agostinho Neto "deve" perto de 28.500 Kz (vinte e oito mil e quinhentos kwanzas) a cada um dos funcionários.

O NJ sabe que, anualmente, a UEA recebe, de cada um dos seus 128 associados, seis mil kwanzas, um total de 768.000 Kz ao ano. Em dois anos, tempo correspondente aos meses de salários em atraso, as contribuições dos escribas pagariam apenas 1,8 % do valor global da dívida em causa.