O Afrobarómetro é uma organização não governamental, fundada em 1999, no Gana, responsável pela realização de estudos de opinião sobre democracia e boa governação em mais de 35 países africanos, cujos dados são usados por organizações, como a fundação Mo Ibrahim, no desenvolvimento do trabalho sobre boa governação em África.

Num comunicado, a que a agência Lusa teve hoje acesso, a empresa angolana, que tem dois portugueses como consultores, adianta ter sido reconhecida como parceira do Afrobarómetro após um processo que se iniciou em 2018, "tendo em conta a abertura política que se regista [em Angola], o que favorece maior liberdade de expressão".

A Ovilongwa Consulting é integrada por quatro jovens académicos angolanos -

Carlos Pacatolo (politólogo), David Boio (sociólogo), Avelino Kiampuku (economista) e José Pedro (politólogo) - que são o rosto do consórcio internacional em Angola.

No comunicado, a empresa salienta que conta também com a colaboração de dois consultores seniores internacionais, "com elevada experiência em política africana e em estudos de opinião" - Elisabete Azevedo-Harman (politóloga) e João António (psicólogo social), considerado um dos pilares das sondagens da Universidade Católica, em Portugal.

A escolha da Ovilongwa Consulting foi feita depois de várias vindas a Angola de responsáveis do consórcio internacional, que fizeram acções de consultoria, analisaram currículos e visitas de campo em várias outras empresas e instituições angolanas que se apresentaram no concurso.

Com a integração de Angola, apenas dois países africanos de língua portuguesa permanecem fora do Afrobarómetro - Guiné-Bissau e Guiné Conacri -, por não respeitarem ainda os critérios que passam, sobretudo, pela liberdade de opinião e de expressão.

Segundo o comunicado, a primeira pesquisa de opinião em Angola irá abordar a análise social e deverá acontecer ainda este ano em todas as províncias do país, com entrevistas presenciais em língua portuguesa e em línguas nacionais, metade homens, metade mulheres, respeitando os critérios do Afrobarómetro.

A Ovilongwa Consulting indica no documento que fica habilitada a fazer estudos, entre outros, sobre o que pensam os angolanos da democracia, se confiam na polícia, nas autoridades tradicionais, na Assembleia Nacional ou no Presidente da República, mas sempre de acordo com as normas do consórcio.

"Estas e outras perguntas vão começar a ter respostas estatisticamente validadas e será possível compararem-se os resultados com os restantes países africanos", assegura a empresa.