Para diversificar a alimentação em casa e esquivar-se da fome, muitos responsáveis de famílias de baixa e média rendas recorrem ao fenómeno "Sócia", que consiste na junção de valores entre duas ou mais pessoas, para adquirir bens alimentares comercializados em caixas ou sacos e depois reparti-los de forma equitativa.

A crise financeira que afecta o País desde meados de 2014, associada à desvalorização da moeda nacional, o Kwanza, que consequentemente reduziu o poder de compra da classe trabalhista e intermédia, e agora a Covid-19, são factores que deixam os cidadãos com poucas margens de manobra no que ao consumo de alimentos diz respeito.

Com toda esta turbulência socioeconómica, a saída que as famílias encontraram para sobreviver tem sido o fenómeno "Sócia". Esse facto é relatado por cidadãos que, vendo-se angustiados com a pobreza extrema à qual estão submetidos, lamentam o facto de os discursos oficiais não abordarem os problemas com realismo.

As donas de casa são as pessoas que mais se deslocam aos famosos armazéns de venda de produtos alimentares, dizem que o método "Sócia" tem permitido aos cidadãos mais carenciados e aos da classe média levarem para casa diversos produtos alimentares, mesmo com pouco recurso financeiro, "apesar de, às vezes, não suportar o mês completo, devido à discrepância entre o consumo e a quantidade de produtos conseguidos", desabafa dona Suzana, funcionária de uma instituição privada, em Luanda.

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