Adriano Mendes de Carvalho, na reunião que teve lugar na quarta-feira, onde estiveram representantes dos trabalhadores e da direcção da fábrica localizada em Cambambe, Kwanza Norte, apelou à administração que protele a decisão de suspensão de forma a poder falar com os organismos centrais da tutela de forma a averiguar alternativas.

A moratória, segundo noticia a Angop, é justificada pelo governador Mendes de Carvalho com a constatação de que o eventual cumprimento da decisão anunciada no início de Maio terá um impacto económico e social muito pesado para a província do Kwanza Norte e para o país.

A decisão da EKA em suspender a produção desde 01 de Junho nesta unidade fabril resultou dos elevados custos de produção actuais, que inviabilizam economicamente a sua continuidade.

E disse que vai encetar conversações junto dos Ministérios do Comércio e Indústria e da Economia de forma a procurar e encontrar alternativas à suspensão da produção, porque considera fundamental manter os postos de trabalho dos quais dependem centenas de famílias mas também responder aos interesses financeiros e económicos da EKA.

Em causa, segundo fez saber o director-geral da EKA, Marc Mayer, estão 160 postos de trabalho dos cerca de 200 que trabalham nesta unidade.

No entanto, a EKA, que existe desde 1972 e na qual o grupo Castel detém 46% do capital, não vai desaparecer do mercado porque a marca passará a ser produzida noutras unidades, em Luanda e Benguela, do grupo Castel-Angola, que , para além da EKA, produz outras marcas, como a Nocal, a Cuca ou a N"gola, para além de refrigerantes de diversas maras.

Esta cerveja está a ser vítima da crise económica e da mudança de legislação que elevou de forma substancial a carga de impostos sobre as bebidas alcoólicas com a entrada em vigor do IVA e do Imposto Especial de Consumo (IEC) que agravou de forma considerável o preço dos produtos considerados não-essenciais, como as bebidas alcoólicas, o tabaco ou ainda artigos de luxo.

Com estes valores e com os custos de produção, responsáveis deste grupo têm admitido que se está a revelar mais barato importar cerveja que a sua produção no país.