Num extenso comunicado enviado esta noite à redacção do Novo Jornal Online, Isabel dos Santos começa por assinalar que foi "com espanto" que acompanhou "as declarações proferidas na Conferência de Imprensa da Sonangol" da última quarta-feira, 28 de Fevereiro.

"Não posso deixar de demonstrar a minha total indignação com a forma como, sob o título de "Constatações/Factos" foram feitas acusações e insinuações graves, algumas das quais caluniosas, contra a minha honra e contra o trabalho sério, profissional e competente que a equipa do anterior Conselho de Administração desenvolveu", introduz a empresária.

A gestora contesta, uma por uma, as acusações que lhe são dirigidas - e que merecerão tratamento distinto noutra matéria que o Novo Jornal Online está a preparar -, mas deixa claro que não deixará de tomar todas as medidas, "e encetar todas as providências legais, adequadas e necessárias" à protecção do seu bom nome e defesa dos seus direitos.

Segundo a ex-presidente do Conselho de Administração da Sonangol, a intervenção do seu sucessor, Carlos Saturnino, no encontro com os jornalistas, focou-se num "ataque directo ao anterior Conselho", e a si, em particular - "com insinuações e acusações directas de desonestidade" - para se desviar do essencial: o rumo da companhia estatal.

"Qual é o futuro da empresa? E como reforçar a competitividade do sector petrolífero?", questiona a gestora, que acusa o actual PCA de "procurar um bode expiatório, para esconder o passado negro da Sonangol".

Para além de acusar Carlos Saturnino de "fabricar mentiras", "manipular factos" e montar "nada mais do que um circo, uma encenação", Isabel dos Santos defende que o mesmo está a tentar reescrever a história.

"Isto não passa de uma manobra de diversão, para enganar o povo sobre quem realmente afundou a Sonangol. E seguramente não foi este Conselho de Administração que presidi, e que durou 18 meses, que levou a Sonangol à falência!", salienta a bilionária.

"As tentativas de Carlos Saturnino de reescrever a história são consequência, no meu entender, de um retorno em força da cultura de irresponsabilidade e desonestidade que afundaram a Sonagol em primeiro lugar", prossegue a gestora, que se diz alvo de uma "campanha generalizada e politizada", orquestrada por aqueles que "durante anos aproveitaram e construíram fortunas ilegítimas à custa da Sonangol".

De acordo com Isabel dos Santos são esses interesses que agora tudo fazem para que o escândalo da sua "acusação difamatória" distraia a opinião pública de ver os verdadeiros responsáveis.

"São estes que hoje fomentam e agitam a opinião pública de forma a poderem retomar os seus velhos hábitos", sublinha a empresária, reforçando a ideia de que "o problema da Sonangol não é e nunca foi Isabel dos Santos, mas sim a irresponsabilidade da gestão e das entidades que beneficiaram de contratos leoninos e ganharam milhões, e hoje esperam poder continuar a gozar e viver desta prevaricação".