Sebastião Gaspar Martins, na conferência de imprensa realizada hoje a propósito do 44º aniversário da Sonangol, explicou que os subsídios aos combustíveis, suportados pela empresa através "subvenções implícitas", somam 1,39 mil milhões de dólares.

Este custo resulta de uma realidade, adiantou ainda o presidente do Conselho de Administração da Sonangol, do facto de 80 por cento dos combustíveis consumidos em Angola serem importados.

"É fácil chegar à conclusão de que a Sonangol está a subvencionar os combustíveis", disse Sebastião Gaspar Martins, lembrando que a última actualização de preços dos combustíveis em bomba foi feita em 2016, o que, no seu entender, leva a que seja urgente e necessário realizar um "estudo minucioso" para se alterar o quadro.

Gaspar Martins recorda que em 2016 o câmbio do dólar norte-americano estava próximo dos 155 kwanzas e hoje este câmbio ronda os 500 kwanzas, sendo que as importações de combustíveis refinados são feitas em moeda norte-americana.

"O Governo angolano e a Sonangol têm estado a trabalhar desde meados de 2018 para garantir que o abastecimento ao País dos combustíveis seja feito de forma sustentada para evitar constrangimentos", acrescentou.

Recorde-se que o Governo angolano e o Fundo Monetário Internacional (FMI) apontaram como data para iniciar o processo de eliminação dos subsídios aos combustíveis o ano de 2020 mas, até hoje, ainda não foi dada qualquer indicação de que esse momento esteja a ser detalhado.