O serviço tem alcançado novos espaços em Luanda, com o aparecimento de novos bairros, onde os automobilistas não conseguem chegar devido à degradação das vias de acesso.

Elias Pedro, de 27 anos, natural de Benguela e residente em Luanda há dois anos, explicou ao NJOnline como tem sido o seu dia-a-dia como moto-taxista no distrito do Palanca.

" Nem todos os dias são santos, porque esta actividade de moto-táxi ainda é uma novidade para as pessoas que residem aqui, mas, felizmente, aos poucos, a população está a aderir aos nossos serviços, apesar das reclamações que os clientes fazem das lombas causadas pelas más condições das estradas. Mas, com a graça de Deus, estamos mesmo a sustentar as nossas famílias com este trabalho ", contou.

Já o jovem João Chimbo aproveitou para criticar o comportamento de alguns marginais daquele distrito, afirmando que não têm deixado os moto-taxistas trabalhar sossegadamente.

"Trabalhar aqui não está fácil, porque tem havido muitos abusos da parte dos marginais, eles chegam até nós e pedem-nos dinheiro e ameaçam-nos. Às vezes nós só obedecemos porque tememos muito pela nossa vida e, também, porque é daqui que vem o nosso sustento"

"Mas dou graças a Deus a esta comunidade do Palanca, sendo este serviço novo aqui, mesmo assim nós temos tido bons rendimentos, e há dias em que levamos mais de 20 pessoas aos seus destinos", disse.

A comunidade considera esta actividade benéfica, uma vez que veio facilitar a deslocação da população, como nos conta o jovem Alegria Cabede, residente do Palanca há mais de 15 anos.

"Nós, antigamente, não tínhamos este serviço, e, nos últimos dias, tem-nos ajudado bastante, porque hoje já conseguimos deslocar-nos de um lugar para o outro de uma forma mais rápida, coisa que antes não acontecia, e assim podemos notar uma grande evolução no nosso bairro" afirmou.

Rufino Pedro, outro morador, realçou que a população angolana deve valorizar os moto-taxistas.

Na sua explanação, o jovem Rufino salientou que o serviço de moto-táxi é muito importante e que a população angolana tem de respeitar este serviço.

"É muito bom quando valorizamos o trabalho do próximo, porque é deste jeito que iremos conseguir viver em harmonia social", declarou.

Para execução desta actividade no Palanca, os moto-taxistas pagam diariamente uma taxa de circulação de 150 kwanzas, e todos os finais de mês têm ainda de pagar uma taxa entre os 1500 e os 1800 Kz à Associação dos Motoqueiros de Angola (AMOTRANG).