De acordo com uma nota de imprensa da Sonangol enviada ao Novo Jornal, este novo concurso foi lançado a 28 de Janeiro, pouco mais de uma semana após o falhanço nas negociações com o xeque dos Emirados Árabes Unidos, Ahmed Dalmook Al-Maktoum, que estava na calha para dar continuidade ao projecto que já tinha estado nas mãos da Atlantic Ventures de Isabel dos Santos, que viu o Presidente João Lourenço revogar o decreto que lho entregava por 1,5 mil milhões USD.

Este é um concurso, ainda segundo o mesmo documento, para a contratação de serviços de construção e financiamento e ainda para a fiscalização da empreitada que, numa primeira fase, quando estava sob responsabilidade da empresa Atlantic Ventures, de Isabel dos Santos, valia 1.5 mil milhões e, depois, foi negociado, por ajuste directo, com Al-Maktoum por cerca de 700 milhões.

"O lançamento deste concurso visa assegurar os requisitos e especificações técnicas do projecto e ocorre na sequência da aprovação concedida pelo Titular do Poder Executivo, através do Decreto Presidencial 177/20 de 15 de Dezembro", explica a petrolífera nacional quando é formalizado novo concurso internacional.

Recorde-se que, em meados de Janeiro, o ministro dos Petróleos confirmou que o xeque Ahmed Dalmook Al-Maktoum, do Dubai, "rasgou" o memorando de entendimento com a Sonangol para o desenvolvimento do projecto, porque, segundo o ministro Diamantino Pedro, e sem detalhar as razões, não houve entendimento com o xeque Ahmed Dalmook Al-Maktoum, do Dubai, relativamente à construção da base logística de armazenamento de produtos petrolíferos da Barra do Dande.

O governante explicou apenas que "um memorando de entendimento não é um contrato, é um documento de intenção que pode ser transformado num contrato, num instrumento jurídico mais forte, ou não. Neste caso, ficámos pelo memorando e, após algum tempo de trabalho, achámos que não havia condições para avançar com o projecto porque não houve entendimento".

"A outra parte tinha uma posição diferente" da parte angolana, por isso, "não houve um final feliz, o namoro não deu em casamento", acrescentou.

Agora, depois de terem falhado as apostas em Isabel dos Santos, com a Atlantic Ventures, ainda no tempo do Presidente José Eduardo dos Santos, e depois com o xeque Al-Maktoum, já com João Lourenço, a Sonangol aposta num concurso alargado a 45 entidades nacionais e internacionais "de modo a garantir a competitividade, transparência e a identificação da melhor solução técnica e comercial possível".

A Sonangol avança neste documento que a sua visão se mantém quanto ao objectivo de constituição de uma joint venture para este projecto, sublinhando que continua empenhada na "identificação de entidades nacionais e internacionais, com experiência comprovada neste segmento de negócio e financeiramente capacitadas para um investimento desta dimensão e que, em parceria, possam concluir, operar e deter o referido empreendimento".

Recorde-se que o Terminal Oceânico da Barra do Dande é considerado um projecto estratégico nacional, visa aumentar a capacidade de armazenamento, visa o aumento da capacidade de armazenamento em terra, "dotando o país de infra-estruturas de grande porte capazes de assegurar uma robusta reserva estratégica - em gasolina, gasóleo e LPG - e de segurança nacional, e melhorar a logística de distribuição de produtos refinados para o interior do país".