Os seis países vão receber a tecnologia necessária para o efeito, garantiu Tedros Adhanom Ghebreyesus, que acrescentou que dependendo das infraestruturas, mão-de-obra, investigação clínica e capacidade reguladora existentes, a OMS e parceiros trabalharão com os países beneficiários para desenvolver um roteiro e pôr em prática a formação e apoio necessários para que possam começar a produzir vacinas o mais rapidamente possível.

O objectivo final é alargar o desenvolvimento da capacidade de produção nacional e regional a todas as tecnologias de saúde, refere a OMS numa nota enviada às redacções.

O director-geral da OMS, citado no comunicado, afirmou que "nenhuma outra circunstância, como a pandemia de covid-19, demonstrou que a dependência de algumas empresas para fornecer bens públicos globais é limitada e perigosa".

"A médio e longo prazo, a melhor forma de abordar as emergências sanitárias e alcançar uma cobertura sanitária universal é aumentar significativamente a capacidade de todas as regiões fabricarem os produtos de saúde de que necessitam, tendo como principal objetivo o acesso equitativo", declarou.

O centro global de transferência de tecnologia mRNA foi criado em 2021 para apoiar fabricantes em países de baixo e médio rendimento na produção das suas próprias vacinas, assegurando que possuem todos os procedimentos operacionais e conhecimento necessários para fabricar vacinas mRNA à escala e de acordo com as normas internacionais.

Criado principalmente para fazer face à emergência da pandemia de covid-19, o centro tem o potencial de expandir a capacidade de fabrico de outros produtos, colocando os países na liderança, quando se trata dos tipos de vacinas e outros produtos de que necessitam para enfrentar as suas prioridades sanitárias, lê-se na nota da OMS.

Para o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, esta é uma iniciativa de grande importância pois permitirá a África fazer as suas próprias vacinas.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, defendeu a criação de "um ambiente onde cada cientista, trabalhador da saúde e governo possam unir-se por uma causa comum".

"Trabalhando juntos para construir novas soluções para proteger o que é mais precioso - a nossa saúde e as nossas vidas", salientou.

Para assegurar que todos os países construam a capacidade necessária para produzir as suas próprias vacinas e outras tecnologias de saúde, a OMS tem trabalhado para estabelecer um centro de formação de mão-de-obra que irá formar pessoas de todos os países interessados na investigação científica e clínica e na capacidade de produção, o qual será anunciado nas próximas semanas, avança a nota da Organização Mundial da Saúde.

"As actuais actividades de reforço regulamentar da OMS em países de baixo e médio rendimento irão expandir-se através de uma ferramenta de aferição global que avalia a capacidade dos países para assegurar a qualidade, segurança e eficácia dos produtos de saúde e fornece formação onde são necessárias melhorias para construir autoridades reguladoras que sejam ágeis e adequadas para o futuro", informa ainda a OMS, que acrescenta que o centro de transferência de tecnologia mRNA faz parte de um esforço maior que visa capacitar os países de baixo e médio rendimento a produzir as suas próprias vacinas, medicamentos e diagnósticos para enfrentar emergências de saúde e alcançar uma cobertura de saúde universal.

A cimeira da União Europeia (UE) com a União Africana (UA), que hoje continua em Bruxelas, visa estabelecer as bases de uma parceria UA-UE renovada e aprofundada, esperando-se desde logo um pacote de investimento África-Europa, tendo em conta desafios como as alterações climáticas e a crise sanitária da covid-19. Em cima da mesa de discussão estão ainda questões como a estabilidade e a segurança.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou ambicionar um acordo sobre "investimento substancial" em África durante a em Bruxelas, para inverter os "danos da covid-19".