Pelosi, questionada pelos jornalistas a seguir ao discurso de Donald Trump, manifestou o desejo de que este tenha sido o último discurso que ouve do actual Presidente norte-americano e no Twitter disse que se tratou de um "manifesto de falsidades"

Com o processo de destituição (impeachment) a chegar ao fim, com a previsível reprovação e ilibação pela maioria Republicana no Senado, depois de aprovado na câmara dos Representantes, de maioria Democrata, Trump escolheu a economia para desferir golpe atrás de golpe no seu antecessor, o democrata Barack Obama.

O actual "dono" da Casa Branca afirmou que consigo, nos últimos três anos, a decadência económica dos EUA "chegou ao fim", mesmo que alguns analistas, como Joseph Stiglitz, Nobel da Economia de 2001, garantam que a economia norte-americana não brilha tanto como Trump diz que brilha, sendo disso exemplo o facto de a saúde dos norte-americanos não estar tão mal em décadas como os indicadores mostram actualmente, desde logo na sua esperança média de vida, baixando mais de 3% o número de cidadãos com seguro de saúde em dia.

Trump disse ainda que, para além da decadência económica, também os dias em que os outros países se aproveitavam da generosidade dos EUA chegaram ao fim.

Este discurso, o último do actual mandato, e de sempre caso não vença as eleições de Novembro, foi lido na terça-feira e, para a história ficará marcado por uma visivelmente irritada Nancy Pelosi a rasgar o discurso por detrás do Presidente e ao lado do Vice de Trump, Pence.

Rasgar o discurso, depois de não ter sido cumprimentada e por se tratar de um conjunto de falsidades, foi, segundo Pelosi, o gesto menos agudo que conseguiu.

Mas Donald Trump já tinha escolhido a sua abordagem para este discurso, que era uma artilharia pesada contra as políticas económicas de Obama, que apelidou de "políticas económicas falidas do Governo anterior" que foram por si revertidas o que permitiu que "o mundo agora observe o grande êxito económico" dos Estados Unidos.

"A nossa agenda é totalmente pró-trabalhadores, pró-família, pró-crescimento e, acima de tudo, pró-Estados Unidos", disse o Presidente dos EUA, aproveitando para mais uma bicada no seu antecessor: "Ao contrário de outros antes de mim, cumpro as promessas", dizendo sem titubear que a taxa média de desemprego no seu mandato é a mais baixa em muitas décadas, sublinhando mesmo "desde sempre".

As eleições presidenciais nos EUA estão marcadas para Novembro deste ano e a concorrer com Trump, segundo as sondagens, deverá estar Joe BIden, o anterior vice de Obama, pelos Democratas, que, recorde-se, está no centro do processo de impeachment de Trump.

Todavia, a votação para as primárias do Partido Democrata só agora começaram e são cinco os candidatos.