Com resultados fracos na derradeira fase do combate eleitoral entre Democratas, o velho senador do Vermont, Bernie Sanders, acabou por concluir que tinha um "problema de elegibilidade" e que o melhor era saltar da carruagem para não gerar mais fragilidades a Joe Biden na disputa eleitoral que agora começa com Donald Trump.

O inquilino da Casa Branca leva como vantagem a história, onde poucos Presidentes, apenas sete em 45, perderam na tentativa de reeleição para um segundo mandato, mas com a crescente dúvida sobre que consequências eleitorais poderá ter a sua inércia face ao avanço da pandemia da Covid-19, que já tem nos EUA o país com mais casos, 434 mil, de longe, e com o ritmo mais acelerado em todo o mundo de mortos, mais de 14.800, com a média a chegar aos 2 mil por cada 24 horas esta semana.

Com esta desistência da corrida eleitoral, Sanders não abandona a ideia de conseguir um dos seus grandes intentos, que é afastar Donald Trump da liderança do país, que considera ser o Presidente "mais perigoso de sempre" na história dos EUA, juntando-se a Biden, que já lhe endereçou palavras elogiosas, procurando ganhar não só o apoio do senador do Vermont, mas também o seu eleitorado, bastante mais progressista e de esquerda que o seu, um Democrata considerado "mais amigo" dos grandes financeiros de Wall Street.

Joe Biden já disse que ouviu o que Sanders defendeu na campanha, que compreende a necessidade de agir depressa para salvar os Estados Unidos e garantiu que vai contar com os democratas mais à esquerda do Partido Democrata para irem às urnas de voto ajudá-lo a derrotar Trump, como já se estava há algum a adivinhar que seria ele a estar nessa condição.

Bernie Sanders desiste da corrida quando tem menos quase 300 delegados eleitos que Biden - apesar de ter começado muito bem - distância que se fomentou na denominada super terça-feira, onde um elevado número de estados votaram maioritariamente no ex-Vice de Obama para a nomeação deixando poucas alternativas, a não ser manter-se na corrida para forçar um acordo com Biden, mas prejudica-lo face a Trump, ou desistir e ajudar de facto a "correr com o mais perigoso Presidente de sempre" da Casa Branca.

Sanders já disse que vai apoiar Biden na convenção Democrata, que terá lugar antes do arranque da fase derradeira da campanha eleitoral, considerando-o um "homem muito decente" e com quem é preciso contar para o que deve ser o grande desafio dos Democratas: derrotar Donald Trump.