Xi Jinping, através de videoconferência, apontou como incontornável a "tendência para a globalização" admitindo que esta está a merecer atenções negativas de alguns mas que a comunidade internacional deve redireccionar as suas energias para esbater barreiras e se opor ao proteccionismo em vez de estar a erguer barreiras que não têm sustentação.

O chinês dirige a segunda maior economia do mundo e vive um período histórico complexo, com disputas em várias frentes com os EUA, que são a maior economia global, nomeadamente pelo aumento de influência na região indo-pacífico, cuja consequência tem sido a criação de entraves artificiais ao comércio e uma corrida ao armamento, especialmente por causa de Taiwan.

Mas XI sublinhou nesta intervenção aquilo que tem sido dito já por outros dos seus antecessores, e que é a ideia de que o Planeta Terra é como um navio a percorrer o universo e o que lhe acontecer acontecerá a todos aqueles que nele seguem, tendo dado como exemplo a questão da Covid-19, para a qual sugeriu como solução uma maior solidariedade global no acesso às vacinas.

Como recorda a Lusa, Xi Jinping disse ainda que a economia chinesa "não deve crescer à custa do ambiente", embora tenha especificado que o país asiático "não deve sacrificar o seu crescimento para proteger o meio ambiente".

Os países devem "proteger o multilateralismo genuíno", disse o líder chinês, que pediu à comunidade internacional que "remova barreiras", em vez de "construir muros", e defenda "mais integração" em vez da "dissociação" económica.

"A pandemia está a provar ser duradoura e novas variantes estão a fazer com que o vírus se alastre mais rapidamente", disse Xi, prescrevendo "forte confiança e cooperação" como a única maneira de lidar com a doença.

O líder chinês disse que "acusações de culpa" apenas atrasam as acções contra a epidemia.

Sobre as alterações climáticas, Xi reiterou que o mundo deve aderir ao princípio de "responsabilidades comuns, mas diferenciadas" e encorajou as economias desenvolvidas a liderarem no cumprimento das metas de redução das emissões de carbono.

O Fórum Económico Mundial cancelou pelo segundo ano consecutivo a sua reunião anual mais importante, o Fórum de Davos, devido à incerteza criada pela disseminação da variante Ómicron e, em vez disso, organizou a Agenda de Davos 2022, uma série de apresentações virtuais e debates entre líderes da política e economia globais.