Na AGNU deste ano, que tem a particularidade de suceder à de 2020, realizada através de vídeo-conferência devido à pandemia do Sars CoV-2, e onde o Presidente angolano, João Lourenço, vacinado com a russa Sputnik V, vai estar a partir de segunda-feira, o assunto deve ser, novamente, a questão da Covid-19 e como o mundo se está a preparar para deixar para trás este pesadelo global que mergulhou o mundo na sua pior crise económica e social em décadas.

Mas a postura de Jair Bolsonrao deverá permitir-lhe, mesmo sabendo-se que este tem pautado a sua acção enquanto líder do maior país da América Latina vacilando entre o negacionismo da gravidade do novo coronavírus e o desafio às normas mais elementares de protecção comum, ser uma das figuras desta AGNU.

E, para isso, contribuiu decisivamente as suas declarações a antecipar a deslocação a Nova Iorque, onde está a sede das Nações Unidas, deixando nas redes sociais a informação de que vai à AG discursar na terça-feira, garantindo que a sua intervenção terá como pontos centrais o combate à pandemia e o agro-negócio no Brasil.

Na justificação para se negar a ser vacinado, Bolsonaro, que preside a um dos países com mais casos e mortes por Covid-19 em todo o mundo, 589 mil mortes e 21 milhões de casos,, apenas atrás dos EUA, com 670 mil e quase 42 milhões de infecções, disse que já teve a doença e que isso lhe confere um grau de imunidade igual ao das vacinas.

Mas para as Nações Unidas as coisas são bastante distintas, como ficou claro quando o líder da AGNU, Abdulla Shahid, depois de tomar conhecimento, disse que todos os que participam neste encontro mundial de líderes devem estar imunizados porque essa é uma política da cidade de Nova Iorque incontornável.

Isto, porque para as regras da cidade não há excepções e o recito da AG vai ser encarado como qualquer outro centro de convenções nova-iorquino ao qual será aplicada a regra geral de exigência de um certificado de vacinação para nele entrar.