A ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, aprovou esta sexta-feira a extradição do fundador da WikiLeaks, Julian Assange, para os Estados Unidos (EUA). Segundo Priti Patel, a extradição não será "incompatível com os seus direitos humanos", afirmando, que enquanto estiver nos EUA, "ele será tratado adequadamente".

O fundador da Wikileaks pode apresentar um recurso no Tribunal Superior de Londres, nos próximos 14 dias, e adiar o processo de extradição. Em última instância, pode tentar levar o caso ao Supremo Tribunal do Reino Unido, mas, no caso de o Tribunal Superior de Londres negar este recurso, Assange será extraditado no prazo de 28 dias.

Julian Assange, de 50 anos, está detido na prisão de segurança máxima de Belmarsh, em Londres, desde Abril de 2019, depois de ter vivido sete anos na embaixada do Equador, na capital do Reino Unido, onde se refugiou depois de ter violado as condições da sua liberdade condicional por receio de ser extraditado para os Estados Unidos.

Um dos casos mais conhecidos divulgados por Assange foi um vídeo onde se pode ver um grupo de jornalistas iraquianos, incluindo da Reuters, que foram abatidos por um helicóptero sem dó nem piedade, estando indefesos, mas que as autoridades norte-americanas tinham anteriormente justificado com o "facto" de o grupo estar armado.

Assange fundou a WikiLeaks em 2006 e ficou conhecido por ter divulgado milhares de documentos sensíveis e fortemente comprometedores para as chefias militares de Washington, retirados pelo soldado norte-americano Manning dos sistemas informáticos das Forças Armadas dos EUA.

A Wikileaks afirmou, em comunicado, que "este é um dia negro para a liberdade de imprensa e para a democracia britânica", insistindo que Assange, "não fez nada de errado" e que está a "ser punido por fazer o seu trabalho".