"Escolhemos a província do Huambo para fazer a abertura do ano político 2021. Temos que revigorar a coligação, o que passará pelo alargamento e solidificação das estruturas de base, bem como pela preparação dos quadros para os próximos desafios eleitorais", disse aos jornalistas o presidente da CASA-CE.

"Temos que melhorar o funcionamento e organização da máquina partidária, procurando, com criatividade e inovação, implementar as acções constantes no programa político da Coligação", acrescentou Manuel Fernandes, defendendo a necessidade do reforço da unidade e a coesão que caracteriza esta formação política.

Manuel Fernandes afirmou ainda que a CASA-CE vai ser dotada de instrumentos capazes de "mobilizar a sociedade" para o acto eleitoral.

O líder da CASA-CE, desvalorizou algumas vozes que defendem que com a saída de Abel Chivukuvuku e André Mendes de Carvalho "Miau", a coligação não terá "pernas para andar".

"A CASA-CE está forte, organizada e unida na diversidade. A CASA-CE é uma força política que não veio apenas para animar o debate político em Angola, somos uma força política com valores reais de uma verdadeira alternância", disse.

A saída dos dois ex-presidentes "não afecta a coligação", explicou salientando que, neste momento, estão "completamente dispostos" a fortalecer as diversas estruturas da organização para "juntos enfrentar esse grande desafio de luta por uma Angola nova".

Questionado sobre a possibilidade de Albel Chivukuvuku assumir a presidência do Bloco Democrático (BD), um partido coligado na CASA-CE, Manuel Fernandes afirmou que, caso isso aconteça, o BD deve deixar a coligação.

"Temos essas informações. Se acontecer, o Bloco Democrático será notificado e a CASA-CE tomará medidas", resumiu.

Questionado ainda sobre a revisão da Constituição, cuja proposta de Lei já se encontra na Assembleia Nacional, Manuel Fernandes defendeu que o mandato do Presidente da República não deve ser alterado.

"A actual Carta Magna diz que o Presidente é eleito para um mandato de cinco anos. Se pensarem aumentar esse período, deve ser feito em consenso com outras forças políticas para evitar instabilidade social", disse Manuel Fernandes, que diz ter sido surpreendido pela positiva com a decisão do Presidente da República sobre a revisão da Constituição.

De acordo com o político, a proposta de Lei deve ainda reduzir os excessivos poderes do Presidente da República.

"Na actual Constituição, Presidente da República é o titular do poder executivo, nomeia juízes, procuradores, ministros e embaixadores, é o responsável pelas relações com outros países e o comandante-em-chefe das Forças Armadas Angolanas. Penso que com a alteração da Constituição, isso não pode continuar a ser assim", defendeu, concluindo que durante o debate na Assembleia Nacional a CASA-CE dará "subsídios significativos" à proposta de Lei da revisão da Constituição.

A CASA-CE foi fundada em 2012 e é uma coligação de seis partidos políticos - Bloco Democrático (BD), Partido Pacífico Angolano (PPA), Partido Apoio para Democracia e Desenvolvimento de Angola - Aliança Patriótica (PADDA-AP), Partido Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA) e Partido Democrático Popular de Aliança Nacional de Angola (PDP-ANA).