Para já, a Comissão Europeia avançou com uma proposta aos Estados-membros para que estes permitam a entrada a pessoas oriundas de países fora do espaço comum europeu desde que tenham sido vacinadas com um dos imunizantes autorizados pela Agência Europeia do Medicamento (EMA), como é o caso da vacina em uso na campanha de vacinação em Angola, a da AstraZeneca/Oxford, e desde que o País consiga manter o número de novos casos sob controlo.

Esta questão está a ser analisada pela Comissão Europeia porque as campanhas de vacinação estão a garantir um controlo alargado do avanço da pandemia em vários locais do mundo e o Verão no hemisfério Norte é um período de grande fluxo de turistas, essencial para as economias, actualmente asfixiadas, da generalidade dos países da União Europeia.

"O progresso das campanhas de vacinação e a evolução da situação epidemiológica a nível mundial" estão, diz a Comissão em comunicado, a criar um contexto que permite esta abertura europeia, englobando, segundo a Lusa, "todas as pessoas provenientes de países com uma boa situação epidemiológica, mas também a todas as pessoas que tenham recebido a última dose recomendada de uma vacina autorizada pela UE" ou pela Organização Mundial de Saúde.

A Comissão defende que, "até que o Certificado Verde Digital (documento que deverá permitir a livre-circulação de pessoas na UE) esteja operacional, os Estados-membros devem poder aceitar certificados de países não comunitários com base na legislação nacional, tendo em conta a capacidade de verificar a autenticidade, validade e integridade do certificado, e se este contém todos os dados relevantes".

No entanto, esta abertura poderá não acontecer se os Estados-membros optarem por não seguir a recomendação da Comissão Europeia.

A Europa, especialmente através de Lisboa, Portugal, é um dos principais destinos dos angolanos que se deslocam para o exterior do continente africano e esta abertura da porta da Europa pode ser especialmente relevante por causa disso.

No entanto, tal como no restante continente africano, o número de novos casos em Angola em vindo a subir nas últimas semanas e têm mesmo sido batidos recordes de vários meses.

A situação em Angola, apesar de ainda longe dos números preocupantes de outras latitudes, está actualmente a registar subidas diárias, tendo, no último balanço da Direcção Nacional de Saúde Pública, com data de Domingo, 02, registado mais 178 casos, totalizando agora perto de 27 mil infecções.

Os números apontavam no Domingo, ao final do dia, segundo o boletim epidemiológico da Direcção Nacional de Saúde Pública, para 26.993 casos, ainda para 23.913 doentes recuperados e a continuação de 2.478 casos activos, nove destes em estado crítico e mais 18 considerados graves, num total de 602 óbitos e 208 doentes internados.