Até hoje, e apesar de, a 24 de Junho, a Comissão Nacional Eleitoral ter anunciado que iria formular convites para observação eleitoral a nove organizações internacionais, designadamente a União Europeia (UE), União Africana (UA), Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), e Centro Carter dos EUA, a União Europeia ainda não veio anunciar que a solicitação lhe foi dirigida e quantos observadores virão ao país representar a organização, o que indica que convites ou não foram feitos ou não chegaram ao destino.

Entretanto é já sabido que há observadores da CPLP e da SADC a chegar esta semana a Angola, vindos dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que, "no terreno, vão acompanhar e verificar a transparência, credibilidade interna e internacional, bem como a justeza do processo eleitoral", segundo anunciou a CNE na sexta-feira.

No dia 9 de Junho, o Presidente da República garantiu que os observadores eleitorais internacionais e nacionais seriam convidados dentro dos prazos legais existentes e pelas entidades que podem fazer esses convites.

Disse também que não valia pena "estar com pressa", como a União Europeia que, "por razões que só eles podem explicar", estava a pressionar "para que os convites fossem feitos muito antes do que a lei prevê, mas foi-lhes dito que existe uma lei e que se essa antecipação fosse feita no envio dos convites estaria a ser violada".

Uns dias antes destas declarações de João Lourenço, a directora da União Europeia para África, Rita Laranjinho, voltou a manifestar disponibilidade para enviar uma equipa de observação eleitoral.

A observação eleitoral pela União europeia tem sido exigida pelos partidos da oposição, e, na semana passada, essa exigência chegou também dos... Estados Unidos da América, onde três senadores do Congresso deram entrada de uma resolução, para votação no Senado, onde expõem, entre outras exigências, que as eleições de 24 de Agosto, em Angola, sejam "livres, pacíficas e justas" e que os concorrentes não enfrentem quaisquer restrições no acesso aos meios do Estado, como os media, para promoverem as suas candidaturas.

E para que isso aconteça, entre outros requisitos, querem que as eleições gerais de Angola tenham a presença de "monitorização independente", apontando que devem ser feitos, para isso, convites à União Europeia para enviar observadores, "tal como o bloco europeu está pronto a fazer".

Nas eleições de 2017 a União Europeia não enviou missão de observadores. Na altura o Governo argumentou que não aceitaria acordos específicos com organizações convidadas a observar as eleições gerais, isto porque a União Europeia havia pedido a assinatura de um memorando de entendimento prévio para observar o pleito eleitoral, mas viu o pedido negado pelo Governo de Angola.

Estão autorizados a concorrer às eleições gerais de 24 de Agosto os partidos MPLA, UNITA, PRS, FNLA, APN, PHA e P-NJANGO e a coligação CASA-CE.

Do total de 14,399 milhões de eleitores esperados nas urnas, 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América. A votação no exterior terá lugar em países como a África do Sul (Pretória, Cidade do Cabo e Joanesburgo), a Namíbia (Windhoek, Oshakati e Rundu) e a República Democrática do Congo (Kinshasa, Lubumbashi e Matadi). Ainda no continente africano, poderão votar os angolanos residentes no Congo (Brazzaville, Dolisie e Ponta Negra) e na Zâmbia (Lusaka, Mongu, Solwezi).