Kristalina Georgieva (na foto), é a única candidata a líder do FMI, e, por isso, já é certo que é quem vai ocupar o lugar que em breve será deixado vago por Christine Lagarde, que sai do FMI ao fim de oito anos à frente desta instituição financeira global com sede em Bretton Woods, Washington, EUA.

No perfil elaborado pela Lusa, Kristalina Georgieva é definida como alguém que tem uma sólida experiência em finanças internacionais, beneficiando também do estatuto de mulher e cidadã de um país da Europa oriental.

No Banco Mundial, onde fez a maior parte da sua carreira e do qual se tornou directora executiva em 2017, ganhou experiência no dossier do ambiente, ao desempenhar funções nas áreas do desenvolvimento sustentável, especialmente, questões agrícolas.

A economista também desempenhou o cargo de comissária europeia para a Ajuda Humanitária, entre 2010 e 2014, quando teve de substituir a inicial candidata da Bulgária.

Kristalina Georgieva também assumiu o cargo de vice-presidente da Comissão Juncker, entre 2015 e 2016, como responsável pelo Orçamento e Recursos Humanos.

Adquiriu uma reputação de alta funcionária enérgica e tenaz, podendo ser dura ao defender dossiers que considere extremamente importantes, de acordo com um diplomata citado pela agência France-Presse.

Recentemente, Kristalina Georgieva foi nomeada como possível sucessora do polaco Donald Tusk na presidência do Conselho Europeu, cargo que acabou por ser atribuído ao belga Charles Michel no início de Julho.

Em 2016, a diplomata que fez valer as suas capacidades de persuasão e conseguir consensos, foi finalista inesperada na eleição para o cargo de secretário-geral da ONU, atribuído, no final, ao português António Guterres.

Kristalina Georgieva completou 66 anos no dia 13 de Agosto, ultrapassando o limite de idade de 65 anos imposto pelos estatutos do FMI desde 1951.

Contudo, em 05 de Setembro, o FMI anunciou a aprovação de uma reforma dos estatutos que retira o limite de idade para o cargo de director-geral da instituição, removendo o último obstáculo à nomeação da candidata búlgara.

Na segunda-feira, o FMI anunciou que Kristalina Georgieva era a única candidata à liderança, referindo que o Conselho de Administração da instituição vai realizar reuniões com a candidata, para uma nomeação que deverá estar concluída até ao dia 04 de Outubro.

Em criança, era descrita como uma menina que não tirava os olhos dos livros. O pai Ivan trabalhava na construção de estradas na Bulgária comunista onde Kristalina Georgieva nasceu em 13 de Agosto de 1953, o ano da morte de Estaline.

Nos tempos de estudante, a jovem tranquila tornava-se "a estrela e a alma das festas" para as quais levava a viola, segundo o testemunho de Borislav Borisov, um antigo colega da universidade que também a descreveu como "querida" por todos.

Kristalina Georgieva é fluente em russo e desenvolveu boas relações com Moscovo durante os anos como diretora para a Rússia do Banco Mundial, entre 2004 e 2007, tendo ingressado na instituição em 1993, depois de alguns anos no ensino, nomeadamente no prestigiado Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

A candidata europeia à liderança do FMI nunca foi eleita para qualquer cargo político no seu país. Kristalina Georgieva, do Partido Popular Europeu (PPE), é casada e tem um filho.

Lagarde, a primeira mulher a liderar o FMI, deixa o cargo para substituir Mario Draghi como presidente do Banco Central Europeu (BCE).