A estes Ministérios foi pedido, como se pode ler num comunicado divulgado em conferência de imprensa, que assumam o "verdadeiro papel" de garantir o equilíbrio na aplicação dos preços das propinas recentemente alteradas por despacho governamental que abre a porta a aumentos de 15 a 25% nos diferentes níveis de ensino.

A Juventude Unida Revolucionária de Angola (JURA), a Juventude Patriótica de Angola (JPA (CASA-CE)), a Juventude do Partido de Renovação Social (JURS), a Juventude da Frente Nacional de Libertação de Angola (JFNLA), o Movimento de Estudantes Angolanos (MEA), o Movimento HIP HOP Terceira Divisão, a União dos Povos de Angola (UPA), a Sociedade Civil Contestatária (SCC) e a Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA), que assinaram o comunicado, consideram que "os estudantes não devem ser explorados por causa do espírito mercantilista de alguns dirigentes do partido que governa".

"Os actuais preços não reflectem a realidade do estudante angolano. Apelamos à sua revisão", diz o comunicado apresentado pelo líder da Juventude Unida Revolucionária de Angola (JURA), Agostinho Kamuango.

Esta é a reacção à iniciativa do Governo, através de um despacho conjunto de três Ministérios, que permite o aumento dos preços das propinas a pagar pelos estudantes no valor de 15 % para as instituições privadas e público-privadas do ensino pré-escolar ao secundário e 25 % para o ensino privado e público-privado do ensino superior.

O despacho deixa em aberto a possibilidade de outro tipo de aumentos no valor das propinas para os diferentes níveis de ensino fazendo depender essa autorização de vários requisitos, entre estes a explicação detalhada das razões para tal procedimento, a fundamentação económico-financeira, tendo especial atenção aos "custos directos e indirectos" ou ainda os "encargos financeiros" com investimentos futuros.

Este despacho resulta da necessidade de "garantir o normal funcionamento do mercado de ensino face às recentes alterações das variáveis macroeconómicas" no decurso do processo de aprovação da regulamentação específica no sector onde impera o regime de preços vigiados.

Perante esta decisão do Executivo, os líderes das organizações de juventude partidária na oposição e da sociedade civil mostram-se também preocupados com o enunciado em pleno período de pré-campanha eleitoral, sobre a nova divisão político-administrativa que pode culminar com o surgimento de mais cinco províncias no País.

Os signatários do comunicado aproveitaram a oportunidade para apelar ao Governo para conferir maior dignidade aos taxistas que, "incansavelmente", todos os dias, transportam passageiros e mercadorias em todo o País.

"Diante de vários problemas que afligem os angolanos, com particular realce para a juventude que se vê privada de emprego, habitação, saúde, ensino de qualidade, acesso às oportunidades, somos a apelar à adesão massiva dos jovens aos postos de emissão do Bilhete de Identidade, assim como nos locais de registo eleitoral que começa hoje", lê-se no comunicado.