Ao Novo Jornal, o reitor da Universidade Independente de Angola, Filipe Zau, confirmou o encerramento da rádio e lamentou que o Executivo não tenha uma previsão para o reinício das aulas no ensino superior, que é a garantia do sustento da rádio e dos professores na UNIA.

Fundada em 2013 com o objectivo de enquadrar formandos vindos do curso de ciências da comunicação, que é ministrado na universidade, a rádio UNIA é a primeira estação universitária de Angola e congregava 30 profissionais, que agora vão para o desemprego, por conta da suspensão das aulas provocada pela pandemia do coronavírus/Covid-19.

Segundo o reitor, a falta de dinheiro para custear os encargos que a universidade tem levou, para além do encerramento da rádio, à suspensão de mais de 200 funcionários, desde os professores aos contínuos.

"Nesta altura apenas temos cinco pessoas a trabalhar, sem salário, à espera que nasça um novo dia. E que digam que podemos gradualmente retomar as aulas", precisou.

Filipe Zau afirmou que a instituição está impossibilitada de pagar salários há já algum tempo, mas atestou que os funcionários da rádio ainda foram pagos até o mês de Junho.

"Os funcionários da rádio são trabalhadores como qualquer outro funcionário da instituição e, estando fechada a universidade, não há receitas para ninguém. Porque a rádio é parte integrante da universidade", realçou.

Para o reitor da Universidade Independente de Angola, o facto de não haver aulas nem pagamentos de propinas, e não existir previsão para o recomeço das aulas, fará que tudo vá abaixo nas instituições de ensino superiores.

Filipe Zau lamentou, por outro lado, o facto de algumas universidades terem criado as condições de biossegurança para o regresso às aulas e mesmo assim ficarem paralisadas, como aquelas que não criaram.

"Quem criou fica parado da mesma forma que outros que não criaram ou não quiseram criar, porquê?", questionou. E acrescentou: "Não devemos tratar de igual quando a partida é diferente".

Questionado sobre os rumores postos a circular sobre a possível venda da universidade por conta da crise do SARS COV-2, o reitor não confirmou nem desconfirmou, alegando não ser o dono da UNIA para responder a esta questão.