Angola registou no primeiro trimestre do corrente ano 2.884 óbitos por malária, sendo que 1.260 das mortes (perto de 44%) foram de crianças com menos de cinco anos.

Estes números resultam numa média diária de 32 mortes, segundo cálculos do Novo Jornal, baseando-se em dados oficiais do Programa Nacional de Combate à Malária, do Ministério da Saúde (MINSA), que mostram que a doença tem vindo a ser cada vez mais mortal. Aliás, basta comparar os números actuais aos do mesmo período do ano passado. Por exemplo, no primeiro trimestre de 2020, morreram 2.548 pessoas, números que, confrontados com o período homólogo do presente ano, indicam um acréscimo de 336 mortes, mostrando, por conseguinte, um aumento de 13% nos óbitos.

De acordo com dados oficiais, nos primeiros trimestres dos últimos três anos, ou seja, de 2018 a 2021, a mais mortífera doença do País manteve a sua taxa de crescimento, passando de 2.100 vítimas para 2.884.

Ainda no primeiro trimestre deste ano, de acordo com o responsável do Programa Nacional de Combate à Malária, Franco Martins, em entrevista à Rádio Nacional de Angola (RNA), foram notificados mais de dois milhões de casos de malária. Dos registados, mais de 660 mil foram em crianças menores de cinco anos e mais de 71 mil em mulheres grávidas, representando, assim, os dois grupos mais vulneráveis.

Tudo isso, entretanto, acontece numa altura em que o Governo «cortou», no Orçamento Geral do Estado (OGE), em 45%, o total da verba destinada à malária, segundo cálculos do NJ baseados no OGE de 2018 e no revisto de 2020. Para o OGE do corrente ano, está prevista a cabimentação de cerca de 2,4 mil milhões de kwanzas, o que revela, todavia, uma ligeira subida, porquanto no ano anterior a verba se tinha fixado em 2,2 mil milhões.

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