O Ministério da Educação (MED) deve cerca de 2,8 mil milhões de kwanzas a 9.600 alfabetizadores voluntários de várias províncias, envolvidos no Programa de Alfabetização e Aceleração Escolar (PAAE).

O «kilapi» é referente aos anos 2016, 2017, 2018 e 2019, como avançou, em entrevista ao Novo Jornal, o director nacional da Educação de Adultos, Evaristo Pedro.

O responsável explica que o contexto económico e financeiro que o País atravessa desde 2014 condicionou o processo de pagamento aos alfabetizadores, que decorria com normalidade, causando dificuldades que resultaram na acumulação da dívida. Entre 2018 e 2019, o MED liquidou as dívidas de 2015 e parte da de 2016, avaliadas em mais de 700 milhões Kz.

Devido aos constrangimentos com a falta de dinheiro, o MED reduziu, em 2016, o número de alfabetizadores de mais de 18 mil para pelo menos 9.600. Cada alfabetizador tem direito a um subsídio de 10 mil kwanzas e trabalha durante nove meses. E, neste ano, cancelou os contratos com os mesmos.

Sem avançar datas para o pagamento da dívida, Evaristo Pedro sublinhou que recentemente a ministra da Educação, Luísa Grilo, actualizou a informação ao Ministério das Finanças.

"Não podemos adiantar datas para não cair no erro de dar falsas esperanças. A liquidação será feita em função das condições financeiras do País", afirma.

Evaristo Pedro assegura que o assunto é uma das prioridades a serem resolvidas pelo MED.

Para além das dificuldades financeiras, o processo de alfabetização no País debate-se com as dificuldades de recursos humanos e de materiais didácticos, que têm sido supridas com o apoio dos parceiros sociais.

"A quantidade de materiais didácticos disponibilizados não vai ao encontro da demanda existente no País", lamenta.