Um bairro enlutado. Há intervalos apertados a separarem os cenários de óbitos. Os choros cruzam-se à distância de metros. A tragédia bateu às portas da Caop B, uma zona da periferia de Viana maioritariamente habitada por famílias de baixa renda, algumas das quais em extrema pobreza. Foi no dia - terça-feira, 27 - em que quatro vítimas mortais foram a enterrar no Cemitério Municipal de Viana que a reportagem do Novo Jornal se faz à zona.

Entre as casas construídas desordenadamente, quintais vedados de chapa, solo vermelho, uma moradia de estética singular chama a atenção: a residência com estilo de vivenda, cor verde-escura, quintal coberto de madeira e árvores no interior, pertence à dona Nucha, uma até então bem-sucedida vendedora de bebidas de fabrico caseiro que, num ápice, viu a simpatia que granjeava no bairro gravemente comprometida por um erro fatal.

O negócio de Nucha é apontado como a causa do azar que enlutou a Caop B. É uma verdadeira tragédia. O número de mortes diverge. As autoridades apontam para mais de 10 vítimas mortais. Entretanto, dados apurados no terreno pelo NJ referem-se a sete mortos. Os moradores que falaram à nossa reportagem dizem desconhecer as razões das outras mortes incluídas no relatório das autoridades.

No entanto, a causa relacionada com as mortes parece não abrir focos para dúvidas: a última «caipirinha do azar» produzida por dona Nucha terá ultrapassado as dozes habituais e resultado numa fatalidade para os consumidores, seus habituais clientes.

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