Com o avolumar de evidências de que o risco de um alastrar violento deste vírus é real - já chegou a países como os EUA, a Tailândia, a Coreia do Sul ou o Japão -, e a lista de mortos vai crescendo - está agora em nove vítimas mortais e mais de 440 casos oficialmente reconhecidos pela China -, o mudo começa a despertar para mais um episódio de ameaça global.

São cada vez mais as evidências de que se pode estar a preparar uma pandemia como a de 2002/03 de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que também começou na China e com um vírus da mesma família deste - coronavírus, responsável por infecções pulmonares graves -, onde morreram mais de 750 pessoas em diversos países e milhares ficaram debilitados pela doença.

Mas, agora, enquanto não se sabe qual o potencial total de contágio, embora se saiba já que se confirma um dos piores receios, a contaminação humano-a-humano, nem com firmeza de pode dizer a percentagem de letalidade, o risco exponencia-se com a chegada das grandes festas chinesas, o Ano Novo lunar, que faz com que centenas de milhões de pessoas se desloquem, interna e externamente, para as suas terras natal, proporcionando uma oportunidade ideal para o já denominado "Vírus de Wuhan" se dispersar.

A autoridade máxima chinesa para a área da Saúde Pública já veio dizer, na sua primeira conferência de imprensa desde que se detectou o vírus em Dezembro, que já estão no terreno as mais importantes medidas de contenção da doença, que se espalha principalmente pela via respiratória, ou seja, o simples respirar é sufiente para gerar contágio.

Existe ainda o risco, adverte a Comissão, de uma mutação no vírus que lhe permita escapar à malha de circunscrição que lhe seja aplicada através de novas drogas ou medicação já testada noutras situações semelhantes.

E esse é um dos elementos que a OMS terá de ter em conta quando definir o que fazer face a mais este risco de pandemia viral com origem na China.

Porém, esta agência da ONU já deu indicações para os hospitais de todo o mundo de como lidar com eventuais casos, e para que os países accionem os mecanismos de controlo adequados, como sejam a medição automática da temperatura de todos os passageiros que chegam aos aeroportos nacionais com origem em países de risco.

Especialmente aqueles que possuem importantes comunidades chinesas, como é o caso de Angola, onde estão cerca de 250 mil imigrantes chineses.

Isto, quando, internamente, este vírus já chegou a 13 províncias, incluído as cidades de Pequim e Xangai, Macau e Hong Kong, desde que em meados de Dezembro último este agente patogénico foi descoberto num mercado de bens alimentares da cidade de Wuhan, na província de Hubei, situada no centro da China.