Na sexta-feira, os Estados Unidos realizaram uma série de ataques contra forças de elite iranianas e grupos armados pró iranianos na Síria e no Iraque, em resposta à morte de três soldados norte-americanos na Jordânia, a 28 de janeiro.

O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou no sábado que os Estados Unidos vão continuar a retaliar e não exclui a possibilidade de um ataque directo contra alvos no Irão.

Esta declaração escaldante surge num momento em que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, partiu para a sua 5ª deslocação ao Médio Oriente com o objectivo de arrefecer os ânimos em Gaza, procurando facilitar o acordo de cessar-fogo entre o Hamas e Israel, sabendo-se que todos os conflitos que alastram na região são faíscas do conflito em Gaza.

"A República Islâmica não hesitará em utilizar capacidades para dar uma resposta que fará com que os agressores se arrependam", reagiu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kanani, em conferência de imprensa.

"Outros já viram esta capacidade e este poder e calcularão cem vezes antes de fazer algo de errado", acrescentou.

No sábado, os Estados Unidos e o Reino Unido anunciaram ter bombardeado dezenas de alvos no Iémen, em resposta aos repetidos ataques dos rebeldes huthi, apoiados pelo Irão, contra navios no Mar Vermelho e no Golfo de Aden.

Kanani criticou os ataques no Iraque, Iémen e Síria como "acções aventureiras" e ilegais, afirmando que foram levados a cabo como parte de "uma política de apoio total" a Israel.

Os Huthis afirmam que estão a agir em solidariedade com os palestinianos em Gaza.

As forças norte-americanas anunciaram no domingo que realizaram ataques aéreos contra cinco mísseis no Iémen, preparados para serem lançados contra navios no Mar Vermelho.

Teerão "não procura agravar as tensões e as crises na região e nunca apoiou as tensões e as crises", acrescentou o porta-voz iraniano.