A maior parte dos cidadãos da Gâmbia que escolheram a Guiné-Bissau, cerca de cinco mil, para evitar a tensão pós-eleitoral, fizeram-no nas duas últimas semanas, quando se agudizou a crise na Gâmbia, com milhares de militares da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) prontos para forçar Jammeh a deixar o poder.

Por momentos, especialmente na passada semana, esteve eminente uma intervenção militar, porque Jammeh tinha afirmado que as forças que lhe eram leais iriam responder a qualquer invasão externa, transformando a Gâmbia num cemitério para soldados estrangeiros.

No entanto, o antigo Presidente acabou por aceitar deixar o poder na passada sexta-feira, mais de um mês e meio após a derrota eleitoral, nas eleições de 01 de Dezembro, ganhas por Adama Barrow, que estava "refugiado" em Dacar, no Senegal.

Com a saída de Jammeh, que governou a Gâmbia nos últimos 22 anos com mão-de-ferro, acusado de múltiplos atropelos à Constituição, e o regresso aprazado para breve de Barrow, todos os milhares de refugiados, a maior parte em países como o Senegal e a Guiné-Bissau, estão a regressar.

No entanto, tratando-se de uma população carenciada e com dificuldades financeiras para regressar, o apoio da OIM tronou-se imprescindível, até porque os países de acolhimento também enfrentam dificuldades e não têm as condições mínimas para o acolhimento de tanta gente.

Foi o próprio Adama Barrow quem, logo após a saída de Jammeh do país, em direcção à Guiné Equatorial, que lhe ofereceu exílio, pediu a todos os gambianos no exterior para regressarem ao país de livre vontade, incluindo todos aqueles que partiram por estarem a ser politicamente perseguidos por Yahya Jammeh.