Numa entrevista à revista britânica The Economista, Emmanuel Macron defendeu, de novo, porque já o tinha feito há alguns meses, que a Rússia não pode, de forma nenhuma, vencer a guerra e que a França está disponível para enviar forças para a Ucrânia para o garantir.

O chefe de Estado francês, que da primeira vez recebeu uma avalanche de críticas dos seus aliados ocidentais, desde logo a Alemanha e os EUA, disse, desta vez, que para ordenar o envio de militares franceses para a Ucrânia teria de haver uma ruptura da linha da frente.

E, depois de confirmada essa condição, bastaria ao Presidente ucraniano fazer um pedido formal a Paris para serem colocadas forças francesas no terreno de batalha para travar os avanços russos.

Além destas palavras insensatas de Macron, no entendimento do Kremlin, também o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, veio colocar mais pólvora no barril ao divulgar publicamente a autorização de Londres para Kiev usar os seus misseis para atacar alvos em território russo, além das fronteiras anteriores a este conflito.

Isto, ao mesmo tempo que de Londres chega a ordem para que os cidadãos britânicos abandonem a Ucrânia se não estiverem enquadrados em m comissões prioritárias, o que, entre várias hipóteses, permite a antecipação de que Moscovo reagirá com severidade.

Aproveitando o momento para responder a Cameron e a Macron, Dmitri Peskov, o porta-voz do Kremlin, avisou que se trata de posturas "extremamente perigosas" que podem colcoar em risco a segurança em todo o continente europeu.

O Chefe de Estado francês "continua a falar, de forma persistente, sobre a possibilidade de envolvimento directo no conflito na Ucrânia e isso é um muito perigoso caminho... Nós estamos a observar como evolui esta situação de muito perto", avisou Peskov.

Sobre a autorização de Londres para que os ucranianos usem os seus misseis de longo alcance Storm Shadow, o porta-voz do Presidente russo, Vladimir Putin, definiu isso como "uma escalada verbal" sobre o conflito na Ucrânia.

E avançou que essa escalada verbal "pode colocar em risco a segurança na Europa e toda a arquitectura de segurança europeia".

Entretanto, ao mesmo tempo que permite o uso dos Storm Shadow para atacar em profundidade o território da Federação Russa, o chefe da diplomacia britânica critica a ideia de Emmanuel Macron, considerando-a despropositada e uma "perigosa escalada".