"Temos muito interesse em ver unidades fabris de máquinas pesadas, automóveis e de electrónica instaladas no nosso País, como parte da parceria sólida e duradora que queremos construir entre as nossas economias e os nossos povos", disse João Lourenço, que falava na abertura do Fórum Empresarial Angola-Coreia do Sul.

De acordo com o Chefe do Estado angolano, as marcas de automóveis, os equipamentos tecnológicos e de telecomunicações da Coreia do Sul, são muito procurados e consumidos em Angola.

"O nosso País tem trilhado o seu percurso de desenvolvimento assente em princípios democráticos, de justiça e de equidade social", afirmou.

Para o líder angolano, o País tem uma economia aberta e com enormes potencialidades económicas, pelo que se está a consolidar um conjunto de reformas com o propósito de melhorar o ambiente de negócios e incentivar o investimento privado na economia nacional.

"A Lei do investimento privado actualmente vigente confere a liberdade de movimentação de capitais, de formação de parcerias e de acesso a benefícios fiscais", reforçou, destacando o avanço com investimentos relevantes nas infra-estruturas de apoio à actividade económica, como é o caso do conhecido Corredor do Lobito, na construção de plataformas logísticas em várias regiões do País.

"Ao norte da capital, Luanda, mais concretamente na região da Barra do Dande, está a ser concluída uma nova zona franca, destinada à instalação de unidades fabris de empresas que pretendem ter em Angola uma base privilegiada de produção de bens para o consumo interno ou para exportação", informou frisando que é nessa mesma zona que a SONANGOL está a edificar o seu terminal oceânico, que vai permitir armazenar em terra cerca de 580 mil metros cúbicos de produtos refinados.

"Estamos igualmente a reabilitar e modernizar os nossos portos e aeroportos, sendo que na província mais a norte do país, Cabinda, estamos a construir o maior porto de águas profundas do país, cuja obra se prevê concluir em finais de 2025", acrescentou.

Informou que o novo Aeroporto Internacional de Luanda foi já inaugurado e é também uma infra-estrutura moderna para servir os cidadãos, a economia e os investidores.

"No domínio da energia e águas, o país tem em curso vários investimentos transformadores. No domínio da energia mais concretamente, temos hoje produção acima da capacidade de consumo, que provém de três principais barragens hidroeléctricas em funcionamento e a previsão da maior delas, a de Caculo Cabaça, que uma vez terminada colocará o país com mais de nove mil megawatts. Estamos também a produzir acima de 300 megawatts de energia a partir de centrais fotovoltaicas com painéis solares", destacou.

Acrescentou que o País está igualmente empenhado na construção da rede de transporte e distribuição de energia, atraindo de preferência o investimento privado para este negócio que lhe dá a possibilidade de poder também vender essa energia aos países vizinhos da SADC, sobretudo para a região mineira do coper belt na Zâmbia e República Democrática do Congo.

"Os estaleiros coreanos têm a sua impressão digital no sector petrolífero em Angola. Muitas das instalações de exploração, produção, armazenamento e de transporte de petróleo bruto angolano foram aqui construídas. Vamos continuar a contar com o vosso engenho, pelo que aproveito para lançar o repto de estarem instalados em Angola para a prestação de serviços de manutenção de equipamentos navais", referiu.

"É com este sentido de estarmos mais próximos e de tirarmos o máximo de proveito das oportunidades de negócios que os nossos países oferecem que vamos acelerar a aprovação para a entrada em vigor do Acordo de Protecção Recíproca de Investimentos entre Angola e a Coreia", apontou.

Lembrou que em 2018 iniciámos um amplo programa de reformas económicas, institucionais e financeiras com o objectivo de criar as condições para um crescimento económico diversificado e sustentável.

"Ambicionamos um crescimento sustentável e inclusivo para o nosso país, temos uma população jovem, empenhada e desejosa por novas oportunidades de superação profissional e de emprego, pelo que contamos com a vossa competência e valências para juntos construirmos as pontes de ligação permanente entre os nossos países e povos", concluiu.