A presença da Unidade Especial da Polícia à porta do luxuoso Ritz Four Seasons Hotel e nas suas imediações, aliada ao movimento de uma musculada equipa de segurança no interior da unidade hoteleira, assinalaram a chegada de João Lourenço ao centro de Lisboa, esta quarta-feira, 21.

Passavam cerca de 30 minutos depois das 17h - mais uma hora em Luanda -, quando o Presidente da República deu entrada no hotel, acompanhado da primeira-dama, sob o olhar atento de dezenas de jornalistas e membros da comitiva angolana.

O momento, registado pelas câmaras de televisão e fotográficas que se multiplicavam no local, não incluiu nenhuma declaração à imprensa, reservada para os três dias de visita oficial.

Segundo o programa oficial da viagem, divulgado pelo staff da Presidência, João Lourenço vai falar aos jornalistas no final da manhã desta quinta-feira, 22, depois de uma reunião com o seu homólogo, Marcelo Rebelo de Sousa, que também estará presente no encontro com a comunicação social.

Já no sábado, último dia de trabalho em Portugal, o Chefe de Estado dará uma entrevista colectiva aos media locais, de cerca de uma hora, no Ritz Four Seasons Hotel. É nesta unidade de luxo, situada no centro da capital portuguesa, que o Presidente da República e comitiva estão acomodados e onde, segundo os preços disponíveis online, um quarto pode custar, nesta altura do ano, mais de 3.500 euros por noite. Este é o valor máximo de referência disponibilizado no site da unidade hoteleira, que omite os valores de três suites, nomeadamente a presidencial, que tem mais do dobro da dimensão da suite fundação, que custa 3.555 euros por noite.

Encontro com a comunidade angolana entre apelos ao voto na diáspora

Com partida para Luanda agendada para o próximo domingo, 25, o Chefe de Estado vai dividir a agenda entre as cidades de Lisboa e do Porto, esta última palco do Fórum Económico Empresarial Portugal/Angola, marcado para esta sexta-feira, 23.

Ainda no Porto, e tal como em Lisboa, João Lourenço vai ser distinguido pela autarquia local, com a entrega das Chaves da Cidade.

A agenda de trabalho do líder angolano inclui também, entre outras actividades, um discurso na Assembleia da República portuguesa, com a presença do homólogo Marcelo Rebelo de Sousa, uma visita ao Instituto Nacional de Investigação Agrícola e Veterinária e outra à base militar do Alfeite.

Pelo caminho, o Presidente da República vai confraternizar com angolanos residentes em Portugal, momento reservado para o final da tarde desta sexta-feira, 23.

O encontro com a comunidade surge dois dias depois do lançamento oficial da campanha "Angola Voto na Diáspora em 2022", que tem como slogans "Angola Voto na Diáspora em 2022, Um Imperativo inegociável e imediato" e ""Eu Digo Sim, ao Voto na Diáspora em 2022".

"Os angolanos a residir no estrangeiro vêm por meio desta campanha reiterar o apelo, agora ao Presidente da República João Lourenço, enquanto Titular do Poder Executivo, para criação urgente e definitiva das condições para o exercício do nosso direito nos futuros pleitos eleitorais", explicam os promotores da iniciativa, lançada pela Plataforma de Reflexão Angola - Associação Cívica "ANGOLREFLEX". A quatro anos das próximas legislativas, que serão antecedidas pelas primeiras autárquicas do país, previstas para 2020.