No mesmo decreto, o Chefe de Estado autoriza o ministro dos Transportes a celebrar os contratos de compra e venda de aeronaves com as empresas Boeing e Bombardier, bem como a desencadear os instrumentos para estruturar e montar a operação de financiamento para a aquisição das aeronaves. No entanto, no documento não são avançados quais os valores envolvidos.

o Chefe de Estado dá ainda o seu aval para que seja negociado o refinanciamento de duas aeronaves Boeing 777-300-ER.

No documento pode ainda ler-se que o PR autoriza os ministros das Finanças e dos Transportes a, conjuntamente com a TAAG, proceder ao início da negociação com os diferentes financiadores disponíveis e à conclusão das diferentes fases do processo de cobertura de financiamento do fornecimento das aeronaves para os anos 2020 e seguintes.

A medida é justificada pelo Chefe de Estado como sendo fundamental para a consolidação da política do Poder Executivo para o sector da aviação civil.

De recordar que a TAAG foi transformada de empresa pública em Sociedade Anónima (SA) através de um Decreto Presidencial, assinado a 20 de Setembro último, por João Lourenço, quando exonerou a anterior administração.

No mesmo mês, o Chefe de Estado dizia, a investidores norte-americanos num encontro à margem da sua participação na 73ª Assembleia Geral da ONU, que a TAAG deverá adquirir, em 2019, onze aviões de médio curso, no âmbito do programa de modernização da companhia, além de aeronaves de última geração do tipo "Boeing 787", para as rotas de longo curso.

A compra de novos aviões, que deverá ser concretizada até 2020, vai permitir à TAAG concorrer em igualdade de circunstâncias com outras companhias do sector na conquista do mercado africano.

A decisão tem também como pano de fundo a conclusão das obras de construção do novo aeroporto de Luanda, assim como a transformação da TAAG em sociedade anónima.

A actual frota da TAAG é composta por 13 aviões Boeing, três dos quais 777-300 ER, com mais de 290 lugares e que foram recebidos entre 2014 e 2016. A companhia conta também com cinco 777-200, de 235 lugares, e outros cinco 737-700, com capacidade para 120 passageiros, estes utilizados nas ligações domésticas e regionais.

A TAAG é ainda uma empresa deficitária, que enfrenta problemas relacionados, essencialmente, com questões operacionais e de preço dos combustíveis, com custos muito elevados, segundo afirmou o PCA da empresa, Rui Carreira, em Outubro, depois da sua tomada de posse.

Neste momento a TAAG não tem lucros, fixando-se as receitas entre 700 a 800 milhões de dólares por ano, um quadro que o Conselho de Administração presidido por Carreira pretende inverter.