Cerca de duas dezenas de pessoas estiveram hoje a protestar junto à representação diplomática de Angola em Lisboa porque, como explicou Gabriel Avelino, da Associação de Doentes Angolanos, a falta de pagamento dos subsídios por parte do Governo de Luanda está a gerar situações graves entre aqueles que estão em Portugal para tratamento médico.
Um dos problemas enfatizados é o corte das refeições nas duas pensões que acolhem os angolanos em tratamento em Lisboa, a Pensão Luanda e a Pensão Alvalade, que os afectados, apesar de elogiarem a paciência dos seus proprietários e compreenderem a situação destes, sublinham que já estão a ocorrer problemas sérios para a sua subsistência, especialmente daqueles que não dispõem de meios próprios para se aguentarem na capital portuguesa.
Gabriel Avelino avançou, em declarações à televisão portuguesa TVI24, que os subsídios foram suspensos há cerca de um ano e as duas pensões que alojam os angolanos nestas condições, deixaram de fornecer as três refeições diárias, pequeno-almoço, almoço e jantar a crédito por falta de pagamento, há mais de um mês.
Em causa estão quase 200 doentes angolanos, muitos deles, apontou, em "situação crítica" porque o subsídio de alimentação e alojamento deixou de ser pago pelo Governo de Angola há um ano, como o sublinhou Gabriel Avelino.
Este líder associativo disse ainda que o objectivo desta manifestação junto à Embaixada é levar os seus responsáveis a ouvi-los e a intercederem junto do Governo para que este problema seja resolvido.
"Há mais de 30 dias que estas centenas de pessoas deixaram de ter quaisquer refeições diárias", sublinhou Gabriel Avelino, referindo-se aos pacientes que se encontram hospedados nas duas pensões lisboetas, a Luanda, onde estão cerca de 60 pessoas, e na Alvalade, onde se encontram hospedadas mais de 70.
De acordo com a imprensa portuguesa, os responsáveis pela Embaixada angolana em Lisboa, perto das 11:30, ainda não tinha recebido os representantes dos manifestantes.
Esta é uma situação que se prolonga há várias semanas e este tipo de iniciativas junto da Embaixada de Angola na capital portuguesa têm-se repetido.