É o próprio Master G que, num vídeo da Brut Espanha, confirma que uma boa parte do sucesso da sua "Jerusalema", que levou milhões de pessoas em todo o mundo a dançar, em casa, nas ruas, nas praças... e nos quintais, se deve a "Os fenómenos do semba", o tal "grupo de rapazes e raparigas angolanos" que ouviram a música e coreografia e, em Fevereiro, a reinventaram com pratos de comida na mão, criando os alicerces deste fenómeno que ainda continua a encher de ritmo o planeta.

O autor e DJ Master G reconhece que o sucesso planetário que foi e ainda é "Jerusalema", se deve a esses jovens que, num quintal e com pratos de comida n mão, dançaram ao som deste ritmo e colocaram o vídeo a circular na internet.

"É uma dança sul-africana que nós dançamos em todas as festas, mas o que se passou foi que um grupo de rapazes e raparigas angolanos viram esta coreografia e começaram a dançá-la enquanto seguravam pratos de comida - num quintal -, levando esse vídeo a milhões de pessoas, viralizando-se online", explica Master G.

E assim é. Quem vê o vídeo original original de Master G e Nomcebo Zikode e o compara com o vídeo dos jovens angolanos, rapidamente percebe que a corografia que chegou aos quatro cantos do mundo tem um indelével toque mwangolé e que, afinal, a frase icónica desta música, "Ngilondoloze", que significa "caminhemos juntos", se materializa no percurso que o autor, a cantora Nomcebo Zikode e um grupo de jovens angolanos estão, desde então a fazer pela estrada digital que une todas as pontas da rosa-dos-ventos.

Foi em finais de 2019 que Master G criou este som inconfundível, seja nas ruas do Soweto, na cidade de Joanesburgo, seja numa praça de Lisboa ou num jardim de Nova Iorque, mas foi em Fevereiro que o vídeo dos jovens angolanos chegou ao You Tube e, desde então, já vai com mais de 11, 5 milhões de visualizações.

O autor admite neste vídeo que nunca lhe passou pela cabeça que a sua "Jerusalema" chegasse tão longe, mas, num gesto de reconhecimento, apontou como fundamental para isso aquela ideia do grupo de jovens, que coreografaram a sua música a partir de uma festa de quintal tipicamente angolana, com pratos de comida na mão, dançando...

"Jerusalema" foi fazendo caminho quase em paralelo com a pandemia da Covid-19, envolvendo o planeta nestes meses, mas o "Ngilondoloze" acabou por ajudar milhões de pessoas em todo o mundo a suportar as adversidades da pandemia com o seu ritmo... respirável e bem disposto...

E o vírus nunca chegou à Antártida, mas as vozes de Master G e Nomcebo Zikode, com a ajuda daquele grupo de rapazes e raparigas angolanos, sim.