Waldemar Bastos era uma das vozes mais respeitadas da música angolana. Acompanhado pelo seu violão, ou pela London Symphony Orchestra, o músico, que se considerava um cidadão do mundo, "frontal", "sem papas na língua", é autor de temas como "A velha Chica" e "Sofrimento".

Nasceu em Mbanza Kongo. Foi com o pai, antigo seminarista, que tocava órgão e violoncelo, que começou a tocar concertina.

Trabalhou com nomes como David Byrne (líder dos Talking Heads e da editora discográfica Luaka Bop), Arto Lindsay, Ryuichi Sakamoto, Chico Buarque e Dulce Pontes, partilhou palcos com Brian Eno, David Sylvian, Jacques Morelenbaum e gravou com a Orquestra Gulbenkian, a London Symphony Orchestra e a Brazilian Symphony Orchestra.

Reconhecido internacionalmente, Waldemar Bastos abriu o Festival da UNESCO Don "t Forget Africa (2000), actuou no Principado do Mónaco, a convite da princesa Carolina, num concerto exclusivo para o falecido príncipe Rainier (2004), foi o convidado especial no Dia dos Direitos Humanos, organizado pela Amnesty International Tenerife (2007), e esteve presente nas comemorações dos 25 anos da queda do Muro de Berlim, a convite da chanceler Angela Merkel (2014). Em Portugal, Waldemar Bastos foi convidado a cantar no Panteão Nacional na transladação do corpo de Amália Rodrigues - que era sua amiga e fã - tendo sido o único não fadista a quem coube a honra de cantar na cerimónia, lê-se na página da agência que representava o cantor.

Em 2018, Waldemar Bastos foi finalmente distinguido com o Prémio Nacional de Cultura e Artes, a mais importante distinção do Estado angolano nesta área.