Candidatos à presidência da Federação Angolana de Futebol (FAF) acusam o adversário Artur de Almeida e Silva de estar em conflitos de interesse, pelo facto de, no último fim-de-semana, ter anunciado, na sua campanha eleitoral no Moxico, que o Estado angolano vai injectar perto de 1,7 mil milhões de Kz para Girabola.

Em entrevista ao NJ, José Alberto Macaia (em Cabinda), da lista D, e outro que não quis gravar a conversa alertam que, desde o início da campanha, o presidente cessante, Artur de Almeida e Silva, tem estado em conflitos de interesse, sendo ele concorrente ao processo eleitoral.

"O Artur anda em conflito desde que arrancou a campanha. Há deslizes que deviam ser evitados, mas o Estado é que permitiu que ele fizesse este anúncio de financiamento nesta fase, em que todos estão a trabalhar com a população votante. Foi o mesmo que aconteceu com a distribuição dos dinheiros da FIFA. Agora eu pergunto: é a primeira vez que o Governo injecta dinheiro para o Girabola?", questionou José Macaia.

Macaia acrescentou não ser a primeira vez que o Estado injecta dinheiro para o Girabola. O mesmo aconteceu em 2017, logo no seu primeiro ano de mandato, quando o ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, autorizou uma ajuda ao órgão-reitor pelo futebol em Angola.

"Há ingenuidade da parte do Artur. Em 2017, ainda no mandato de Eduardo dos Santos, tinha ido ao Palácio Presidencial chorar apoios. Na altura, deram-lhe 370 milhões de kwanzas para o Girabola, mas nunca veio a público anunciar tal financiamento. Por que razão agora vem fazer este anúncio?", questionou, lembrando que o Estado, directa ou indirectamente, sempre patrocinou o futebol.

Clubes do «Gira» podem angariar mais de 100 milhões de Kz

Segundo o anúncio feito por Artur de Almeida e Silva sobre o financiamento do Girabola, com a divisão equitativa dos dinheiros, cada formação poderá beneficiar de 100 milhões e 62.500 kwanzas.

Artur de Almeida e Silva afirmou que o Presidente da República, João Lourenço, autorizou três empresas nacionais a cobrirem as despesas dos árbitros de futebol, como transporte, alojamento e prémios durante a disputa do campeonato, no ciclo olímpico 2020-2024.

"Somos um elenco cessante e a direcção a ser eleita vai oficializar os nomes das empresas autorizadas pelo Executivo, para suportar os custos com os árbitros", disse o presidente cessante durante a sua campanha no Lubango.

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