Dois ex-treinadores das selecções nacionais de futebol de Angola, nomeadamente José Kilamba (Palancas Negras) e Simão Languinha (Sub-17), levaram às barras do Tribunal Provincial de Luanda a Federação Angolana de Futebol (FAF), devido ao incumprimento no pagamento dos salários dos ex-funcionários do órgão que rege o desporto-rei no país, apurou o NJ depois da consulta dos dois processos.

José Kilamba, funcionário da FAF desde 1993, em 2017, ano em que ocupava as funções de técnico dos Palancas Negras, viu o seu contrato ser interrompido pelo elenco-cessante, sob cabeça de Artur Almeida e Silva.

Passados alguns meses da sua destituição como treinador principal, e pelo facto de a FAF não ter cumprido com as obrigações contratuais, Kilamba sentiu-se obrigado a processar a entidade patronal, situação que, em 2019, através do seu advogado, levou o órgão-reitor pelo futebol nacional à segunda Secção do Tribunal Provincial de Luanda.

De acordo com o processo n.º 176/19 - E, que corre os seus trâmites legais na segunda Secção do Tribunal Provincial, José Kilamba pediu como indemnização à FAF um total de mais de 260 milhões de kwanzas, equivalentes a 652 mil e 190 dólares, à luz do câmbio praticado na altura.

Do processo consultado, o NJ soube que, até à presente data, o processo de José Kilamba ainda não transitou a julgado, pelo que o queixoso aguarda pela notificação da contestação da FAF.

Do valor acima referenciado, Kilamba pede 100 mil dólares referentes aos salários de 10 meses, 30 mil dos subsídios de férias (2016, 2017 e 2018), 30 mil do subsídio de Natal (2016, 2017 e 2018), 30 mil de remuneração de férias não-gozadas (2016, 2017 e 2018).

Quanto à antiguidade, o ex-seleccionador nacional, pelos 26 anos ao serviço da FAF, pediu 165 mil dólares e 100 mil da compensação liberatória, 50 mil para a constituição do advogado, 47,190 para IRT, 100 mil para o pagamento em descontos ao câmbio do dia e ter em conta os juros de moura.

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