Esta segunda representação na África do Sul é justificada pela empresa com a crescente procura pelos serviços que a Angola Cables vai proporcionar quando, em meados de 2018, o cabo submarino, contendo um conjunto alargado de serviços de comunicação, iniciar a ligação entre a África Austral e o Brasil e, posteriormente, a América do Norte.

A representação na Cidade do Cabo vai estar operacional em finais deste ano, juntando-se assim à já existente em Joanesburgo, no Data Center de Teraco, o que permite, segundo avançou a Angola Cables, responder à procura pelos seus serviços não só na África do Sul e na sub-região.

O cabo submarino em fibra óptica, denominado Sacs (sigla em inglês para South Atlantic Cable System), vai ser o primeiro sistema do género a ligar o continente africano à América do Sul e, de acordo com as estimativas, estará funcional ao longo de 2018.

Segundo informações da empresa angolana, o projecto está a entrar na fase da colocação do cabo em águas profundas, numa extensão de mais de seis mil quilómetros e a uma profundidade que nalguns troços supera os cinco quilómetros.

Com este cabo, o trafego de internet entre o sul do continente africano e a América do Norte passará a ser feito de forma directa quando hoje é usado o circuito via Europa e o cabo submarino do Atlântico Norte.

A fase de colocação do cabo teve início em Agosto, com os metros iniciais a serem lançados desde a praia de Sangano, no município da Quissama.

"Quando toda a rede estiver concluída as comunicações serão muito mais rápidas, menos cinco vezes do tempo necessário para aceder aos conteúdos disponíveis na América, uma região que se posiciona como um dos maiores centros de produção e agregação de conteúdos e serviços digitais", garantiu na ocasião António Nunes, presidente do Conselho de Administração da Angola Cables.

"Angola está cada vez mais próxima de se tornar num dos centros das telecomunicações na região subsaariana. Os investimentos nos sistemas de cabos submarinos, nomeadamente o WACS, já operacional, o SACS e o Monet e os datacenters estão a criar, não só auto-estradas da informação que vão nos aproximar dos grandes centros de produção de conteúdos e serviços digitais, mas também partes importantes dos grandes circuitos internacionais de telecomunicações", diz ainda António Nunes.

A Angola Cables foi criada em 2009 e integra a Angola Telecom, com 51 por cento do capital, a UNITEL (31%) e, entre outros a Movicel, com 6% e foi constituída para transformar Angola num dos grandes eixos mundiais de telecomunicações.