Esta previsão surpreendeu os mercados, como explicam alguns analistas, devido à situação de ruptura do petróleo líbio face ao conflito militar que opõe o general rebelde Khalifa Haftar, com forte apoio de potências ocidentais, e o Governo reconhecido pelo ONU, de Fayez al-Sarraj, apoiado pela Turquia.

Por causa deste conflito, 800 mil dos 1,2 milhões de barris por dia produzidos pela Líbia ficaram fora do mercado há já vários dias.

Apesar disso, segundo o líder da AIE, Fatih Birol, citado pela Reuters. Nos primeiros seis meses do ano, os mercados vão deparar-se com um excesso de oferta de 1 milhões de barris por dia.

O decréscimo de consumo, com um aumento da oferta, em especial no sector do gás natural, são as razões por detrás desta previsão de excesso de oferta e é, ainda segundo a AIE, a razão pela qual os mercados passaram basicamente incólumes aos episódios explosivos da morte do general iraniano Qassem Soleimani, e da guerra actual na Líbia.

Outra das razões para este mau desempenho do sector do petróleo para os próximos meses, segundo a AIE, é a nova potencial pandemia gerada por um novo coronavírus descoberto na China em Dezembro e que já está a espalhar-se por todo o mundo, do Japão à Coreia do Sul, da Tailândia aos EUA...

Se esta epidemia não for travada rapidamente - a Organização Mundial de Saúde agendou para hoje uma reunião de emergência para definir se lança ou não um alerta mundial , existe um grande potencial de impacto negativo no crescimento da economia chinesa e, logo, com igual impacto no consumo de energia.

E a produção da indústria alternativa do fracking norte-americano anunciou recentemente o início de produção em novas reservas de grande dimensão tanto para gerar petróleo como para gás.