Por detrás deste inesperado ganho, pelo menos na dimensão, está a intervenção do Presidente norte-americano, Donald Trump, que decidiu intervir directamente como intermediador de paz na guerra de preços que decorre entre a Arábia Saudita e a Rússia.

Trump disse, segundo a Reuters, que manteve uma conversa com os líderes da Rússia, Vladimir Putin, e da Arábia Saudita, o Rei Salman bin Abdulaziz Al Saud, tornando pública a sua perspectiva optimista para o desfecho da quezília entre Moscovo Riade.

Sauditas e russos partilham com os EUA o pódio de maiores produtores mundiais de crude, sendo que Riade e Moscovo eram sólidos parceiros na OPEP+, a organização que junta os membros da OPEP e um conjunto de não-membros liderados pela Rússia deste 2018, com o objectivo de balancear os preços do crude nos mercados internacionais.

Mas, a 06 deste mês, a corda rebentou depois de Moscovo se ter recusado a aceitar aumentar os cortes na produção para reequilibrar os preços abalroados pela crise gerada pela pandemia da Covid-19, com o gigante do Médio Oriente a ameaçar e cumprir com a inundação dos mercados com petróleo barato.

A Rússia não cedeu de mediato, mas, com o avolumar dos problemas financeiros entre ambos, a atravessar crises financeiras, as cedências começaram a surgir, e, agora, com a entrada em cena de Donald Trump, que quer à viva força salvar a sua indústria de petróleo de xisto, ou fracking, parece que os mercados acreditam numa solução para breve, sendo disso sinal a forte subida observada hoje nos principais mercados petrolíferos.

A questão em cima da mesa neste momento não tem duas saídas, apenas uma e passa por diminuir de forma muito substancial a produção mundial de crude para recuperar o valor perdido no barril desde Janeiro, que já ia, ontem, nos 70%.

Resta saber o que terá TRump prometido aos seus agora "aliados", se o fim de sanções, à Rússia, por exemplo, ou se coloca a indústria petrolífera norte-americana a contribuir para a diminuição da produção, como se de um novo reforço da OPEP+ se tratasse.