Se em Angola a aposta forte foi na mudança da legislação, na reforma do sector, na criação da Agência Nacional do Petróleo e do Gás (ANPG), no incentivo à exploração de campos marginais - menos de 300 mil barris - com uma diminuição importante das taxas aplicadas, entre outras, a Nigéria, que, tal como Angola, atravessa uma grave crise económica e tem semelhante dependência das exportações de crude, aposta agora nos retornos volumosos para o investimento estrangeiro e na garantia da segurança para essas apostas.

A Nigéria, foi dizer Muhammadu Buhari a uma conferência internacional de energia, assegura aos investidores estrangeiros do sector dos petróleos e é um país "aberto para os negócios" e pode "garantir alto retorno" a esses mesmos investimentos.

"Deixem-me garantir-lhes que os vossos investimentos na Nigéria estão muitíssimo seguros e as condições que oferecemos não podem ser melhores em lado nenhum do mundo", disse o Presidente Buhari na Cimeira Internacional do Petróleo da Nigéria, na segunda-feira, numa mensagem lida por um representante.

A Nigéria é actualmente o maior produtor africano, condição que mantém há já vários anos, depois de entre 2017 e 2018 ter tremido e sido mesmo ultrapassada por Angola devido, principalmente, aos grupos de guerrilha que actuam no Delta do Níger, onde o país tem as suas mais importantes reservas.

Este problema foi quase totalmente ultrapassado através de negociações encetadas por Muhammadu Buhari, mas permanecem outras questões, como o roubo de petróleo ao longo dos oleodutos e o vandalismo, que faz com que as grandes empresas percam milhares de barris de crude diariamente.

No entanto, a Nigéria já chega atrasada nesta disputa por investimento estrangeiro em relação a Angola, porque só este ano deverá aprovar uma nova legislação para o sector, regulando a indústria petrolífera.

Actualmente a Nigéria produz cerca de 2.53 milhões de barris por dia, para uma capacidade comprovada de três milhões, bastante acima de Angola, que está actualmente numa média diária de 1,4 milhões de barris, sendo o seu potencial máximo de cerca de 2 milhões, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia.