A operação realizada ontem foi feita nos armazéns do Palanca e Golf 2, onde alguns produtos da cesta básica eram especulativos, como é o caso de uma caixa de coxa de 10kg que estava a ser vendida a 7.500 kz, contra os 3.800 kz habituais, ou de uma caixa de peixe Makayabu que encontrámos a ser comercializada a 20.500, contra os 15. 600 kz, que antes custava.

Os técnicos da Inspecção-Geral do Comercio e dos Serviços de Investigação Criminal (SIC) ordenaram a esses agentes comerciais que baixassem imediatamente os preços, para os valores anteriores.

A caixa de coxa de 10 kg, que estava a ser comercializado a 7.500 kz, passou a custar 3.930 kz, a caixa de peixe Makayabu baixou para 15.675 kz, contra os 20.500 kwanzas a que estava a ser vendida.

Na ocasião, António Maria, director adjunto da Inspecção-Geral do Comércio, disse à imprensa que os operadores económicos não estão a ter em atenção a estrutura de cálculo, e estão a incorrer em preços especulativos.

"O nosso objectivo é sensibilizar os operadores económicos a terem boas práticas comerciais no sentido de poder satisfazer o mercado", disse, acrescentando que "quem insistir em especular os preços será punido de acordo com a lei".

"A orientação que temos a nível da Inspeção do Comércio, e por força legal é que quem incorrer nessas práticas terá direito a multa, e quem insistir com a especulação incorrerá num processo-crime", explicou.

Segundo António Maria, não há ruptura alimentar, e não entende porque razão as pessoas estão querer levar em grandes quantidades os frescos, criando constrangimentos quer nos operadores económicos, quer no consumidor final.

Já António Paím, do Gabinete de Inspecção-Geral do SIC, disse que o objectivo é fazer com que os preços baixem até que a população possa adquirir os produtos sem demasiadas dificuldades.

"Quem continuar a especular os preços vai sofrer medidas de punição, desde o encerramento do estabelecimento até à privação de liberdade enquanto agente económico", disse.

"O objectivo foi mesmo baixar os preços dos produtos e vamos continuar a atacar todos os estabelecimentos comerciais, nenhum nos vai passar ao lado, porque nós queremos é que os preços baixem e temos de fazê-lo a todo custo e a todos os níveis", salientou.

"Hoje baixámos os frescos, mas vamos continuar a baixar os preços de todo os produtos da gesta básica", garantiu.

A medida foi bem recebida por centenas de populares que acompanhavam de perto a operação conjunta da Inspecção Geral do Comercio e dos Serviços de Investigação Criminal (SIC).

Marta António, de 48 anos, mostrou-se satisfeita com esta iniciativa do governo, e espera que a medita seja levada a sério para o bem da população em geral.

"Já que estamos a viver uma crise, vamos acompanhar a nossa crise com os preços à nossa medida, cada dia que passa os preços aumentam, cada armazém tem o seu preço e isso não dá", disse Marisa de Carvalho, de 33 anos.

A operação conjunta entre a Inspecção-Geral do Comercio e os Serviços de Investigação Criminal (SIC) vai continuar em todas as superfícies comerciais do país, no âmbito da estratégia do Executivo angolano para o combate à especulação.