Este sector envolve quase 66 milhões de trabalhadores em todo o mundo, corresponde ao meio que mais pessoas movimenta em todo o mundo, de longe, e, naquilo que é fundamental para Angola, era, até ao despoletar da Covid-19, responsável pelo consumo de quase 10% do petróleo produzido diariamente, somando, juntamente com o transporte marítimo, cerca de 20%, o que faz toda a diferença no sobe e desce do valor do crude nos mercados internacionais.
Para procurar ultrapassar este problema, com um sector em claro sofrimento, e muitas companhias mesmo à beira de serem obrigadas a uma definitiva aterragem forçada por não terem como aguentar o "afogamento" financeiro gerado pelos aviões em terra, a IATA avançou nas últimas horas com uma proposta radical.
E a solução, se for aceite a proposta da organização que gere o transporte aéreo global, passará por baixar o nível de exigências aos passageiros, substituindo as severas quarentenas por testes rápidos à Covid-19 antes dos voos.
Para isso, a IATA disponibilizou um conjunto de técnicos disponíveis para trabalhar com as autoridades de saúde de todo o mundo de forma a criar condições seguras para a mudança agora proposta.
E isso passa por garantir que os testes rápidos sejam acessíveis, fáceis de manusear, tenham a eficácia desejada e permitam ajustamentos às novas realidades nacionais à medida que estas vão evoluindo.
Na perspectiva da IATA, esse passo poderia mudar de forma radical o actual cenário porquanto seriam suficientes garantias para evitar as punitivas, para as companhias, quarentenas, o que seria uma espécie de "lubrificante" para este negócio universal que se encontra "enferrujado" pela Covid-19, incluindo a angolana TAAG, que acrescentou à crise que enfrentava, esta nova castigadora realidade.
De acordo com números da IATA, o sector do transporte aéreo comercial caiu, em comparação com 2019, quase 90% este ano, o que se traduz pelas sobejamente divulgadas imagens de milhares de aviões "estacionados" à força nos aeroportos de todo o mundo, levado a perdas à beira dos 400 mil milhões USD.
O presidente executivo da IATA, Alexandre de Juniac, em comunicado divulgado recentemente, defendeu que "restaurar a liberdade de circulação vai exigir a realização de testes à covid-19 para todos os viajantes antes da partida", porque só assim será possível garantir aos diversos Governos a "confiança mínima para abrir as fronteiras sem complicados mecanismos de controlo a isso associados".
Em Angola, de acordo com as regras inerentes à situação de calamidade pública, os passageiros que aterram no aeroporto 4 de Fevereiro são obrigados a trazer com eles um teste realizado com 72 horas de antecedência ao embarque no respectivo país de origem, e depois uma quarentena de sete dias que obriga, no fim, à realização de um segundo teste que proporcionará, em caso de resultado negativo, a alta epidemiológica, não sendo agora necessario qualquer tipo de autorização.
E os voos internacionais só estão disponíveis parcialmente, deixando de fora ainda as viagens de turismo.
O espaço aéreo angolano foi reaberto de forma parcial a 21 deste mês e isso acabou por permitir que a principal rota entre Luanda e o exterior, a que liga a capital angolana a Lisboa, tenha agora voos quase diários divididos pela TAAG e pela portuguesa TAP.
A TAAG vai realizar voos para Lisboa três vezes por semana e a TAP outras três, sendo que a transportadora nacional voa para a capital portuguesa às quintas, sexta-feira e Domingo, enquanto a companhia portuguesa levanta voo do Aeroporto 4 de Fevereiro às quartas, sextas e segundas-feiras.