O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros foi hoje declarado em Londres o vencedor da eleição para a liderança no partido Conservador, e vai suceder a Theresa May à frente do governo na quarta-feira.

O resultado da eleição foi anunciado pela deputada Cheryl Gillan, uma das responsáveis pelo escrutínio interno no partido, no centro de conferências Queen Elizabeth II, perto de Westminster.

Boris Johnson ganhou com 92.153 votos (66,3%), enquanto o outro candidato finalista, o actual ministro dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt, reuniu apenas 46.656 votos (32,7%).

Durante o discurso da vitória, Boris Johnson começou por prestar homenagem ao seu rival Jeremy Hunt qualificando-o como "um opositor absolutamente formidável" e dizendo que irá "roubar" as suas políticas "no futuro".

"Sei que há pessoas que vão questionar a sensatez da vossa decisão", afirmou ainda, reconhecendo que a sua eleição não será universalmente bem recebida.

"Hoje, neste momento crucial da nossa história, temos de conciliar dois tipos de instintos": a "amizade" com os aliados europeus e "um desejo simultâneo por um auto-governo democrático neste país", declarou, refutando a possibilidade de os dois serem "irreconciliáveis".

"Vamos energizar este país! Vamos concretizar o Brexit em 31 de Outubro e vamos aproveitar todas as oportunidades que ele vai trazer com um novo espírito de poder é querer", disse o novo líder dos conservadores.

O resultado é o desfecho de um processo que se prolongou por seis semanas e decidido por voto postal, limitado a cerca de 160 mil militantes do partido Conservador, dos quais só se abstiveram 13%.

Foi desencadeado pela renúncia de Theresa May à liderança do partido a 07 de Junho devido à dificuldade em fazer aprovar no parlamento o acordo de saída para o "Brexit' que concluiu em Novembro com Bruxelas.

Boris Johnson só será nomeado primeiro-ministro pela rainha Isabel II após a demissão de Theresa May na tarde de quarta-feira, após o debate semanal com os deputados na Câmara dos Comuns.