Com as mais de três dezenas de casos surgidos nos últimos dias, as autoridades chinesas decretaram novas restrições nas viagens de e para a capital do país e foram estalecidas novas cercas sanitárias envolvendo mais de uma dezena de bairros de Pequim.
Para lidar com esta situação, a mais perigosa em todo o país desde Fevereiro, com o caso do confinamento na cidade de Wuhan, estão em curso muitos milhares de testes porque, como as próprias autoridades sanitárias consideram "extremamente sério e severo" este surto.
Com esta nova realidade, foram encerrados os locais de concentrações, desde salas de espectáculos a recintos desportivos e as viagens foram suspensas por tempo indeterminado.
Na noite de segunda-feira foram montadas estruturas de separação de vastas áreas da cidade, de onde ninguém sai e onde ninguém entra, com postos de controlo de segurança criados em vários locais, especialmente onde existem mais pessoas concentradas e onde estão confirmados casos de contaminação pela Covid-19.
E, para piorar a situação, um dos responsáveis pelo departamento de biologia da Universidade de Wuhan, Yang Zhanqiu, já veio admitir que este surto está a correr devido a uma variedade mais contagiosa do novo coronavírus do que aquela que atacou a cidade onde teve origem, Wuhan, em Dezembro de 2019, num dos mercados de animais selvagens vivos para consumo humano.
Citado pela Reuters, o porta-voz da municipalidade de Pequim, Xu Hejian, disse que "a situação epidémica que a cidade está a viver é extremamente perigosa" e exige que sejam "tomadas medidas drásticas" para conter a sua expansão.
Estão confirmados 110 casos, dos quais cerca de 30 nas últimas 24 horas, com mais de 20 bairros sob um conjunto de restrições, com mais severidade em 10 deles.
Já foram realizados mais de 80 mil testes e os esforços estão em curso para aumentar muito este número.
A Organização Mundial de Saúde já veio admitir que está muito preocupada com este novo surto na China e, de acordo com as agências, o seu director para o departamento de emergências, Mike Ryan, disse que espera a divulgação da sequenciação genética do vírus activo neste surto de Pequim, ao esmo tempo que garantiu o apoio às autoridades chinesas para debelar este novo foco da pandemia.
A origem deste foco está a ser investigado, tendo sido sugerido que pode ser consequência de uma importação porque foi detectado precocemente em utensílios e recipientes de salmão importado.
Entretanto, face ao que pode ser o início de uma segunda vaga da Covid-19 na China, os mercados mundiais bolsitas e do petróleo já começaram a reagir com perdas volumosas nos últimos dias, colocando em causa uma recuperação significativa da economia mundial que se verifica desde meados de Maio com maior intensidade.