Sobre o conteúdo da mesma não interessa aqui discorrer, porquanto já foi assado e amassado por inúmeros analistas, politólogos, internautas e revus assanhados e descontrolados nas redes sociais, persistindo, no entanto, muitas dúvidas, assuntos por esclarecer, talvez pelo facto de o texto ser directo e sem rodeios.

Todavia, não foi apenas o conteúdo que foi dissecado, mas também a demora no desvendamento do conteúdo da carta, levantando uma série de perguntas sobre o método de transmissão da mesma, usando um portador.

Numa altura em que as mensagens electrónicas como os posts, tweets e e-mails são mais frequentes por serem rápidos e alcançarem milhares de pessoas numa fracção de segundos, o método escolhido não foi o mais eficaz. A irónica sugestão de se usarem pombos-correios é um bom reflexo do banho-maria que foi a espera. Se o Angosat estivesse a funcionar, daria com toda a certeza uma ajuda na divulgação da mensagem.

Por outro lado, se era para usar uma carta, e aqui fica um conselho para os futuros autores de semelhantes proezas, que se inspirem em Viriato da Cruz e mandem uma carta em papel perfumado e com letra bonita. Para ficar com uma letra bonita, pode utilizar-se uma pena e tinta permanente, evitando obviamente usar tinta da China.

Outra sugestão relevante para cartas directas e sem rodeios é recordar os ensinamentos da primária para as redacções exigidas na disciplina de Língua Portuguesa. Claro que foi há muito tempo, mas quem aprendeu sem cabular e sem ajuda dos amigos ainda é capaz de escrever bons textos e de usar os argumentos correctos para justificar as suas afirmações. Agora, se o que se escreve é verdadeiro, é assunto para a consciência de cada um.