Isabel dos santos, que não conseguiu ver o seu texto publicado pelo Jornal de Angola, tendo obtido como resposta do seu director que "o direito de resposta não deve exceder o artigo que lhe deu origem", bem como "deve referir-se apenas e só aos factos imputados", aproveitou as redes sociais para dar a conhecer a sua posição.

"A sua afirmação, de que o meu estatuto de "filha de um chefe de Estado' teria sido uma desvantagem para garantir o financiamento necessário para a reestruturação da Sonangol, é contrariada por factos facilmente verificáveis. De destacar que trabalhei ao longo da minha carreira profissional (20 anos) com esse estatuto, sendo que o mesmo nunca me impediu de desenvolver relacionamentos bancários com as principais instituições financeiras internacionais", acusa a empresária.

De recordar que Victor Silva, que foi empossado por João Lourenço como presidente do Conselho de Administração da empresa "Edições Novembro", justificava a exoneração de Isabel dos Santos da Sonangol por esta ser uma "pessoa politicamente exposta [PEP]", rejeitando um conflito político entre o Presidente angolano e o ex-chefe de Estado José Eduardo dos Santos.

No mesmo editorial, o director do Jornal de Angola escrevia que "a questão não deve ser posta no facto de Isabel dos Santos ser filha do ex-Presidente da República", o que dificultou que a petrolífera nacional conseguisse "os financiamentos externos necessários ao seu desenvolvimento por saber-se que no combate ao branqueamento de capitais há pessoas politicamente expostas" e que "estão sob o radar do mundo financeiro mundial".

"A palavra nepotismo significa a promoção de uma pessoa incompetente para um determinado cargo pelo único facto de ser membro da sua família. Como a minha competência não está em questão, não será apropriado tentar estabelecer um vínculo entre as minhas relações familiares e os resultados do meu mandato", escreve ainda Isabel dos Santos no seu texto.

A empresária assegura ainda que a sua "competência não está em questão" e termina, afirmando que o trabalho desenvolvido pela sua administração "permitiu ultrapassar uma situação de emergência e lançar um programa de transformação ambicioso..." e que "o CA estava já a construir o futuro da Sonangol, encontrando-se a desenvolver o plano de negócios para a nova refinaria e a trabalhar no Plano Director do gás que iria apresentar ao executivo no 1º trimestre de 2018".