Em reacção às mais recentes detenções de figuras de topo, como Filomeno dos Santos, "Zénu", filho do ex-presidente Eduardo dos Santos, ou o ex-ministro dos Transportes, Augusto Tomás, Bento Kangamba disse, em entrevista à Voz da América, não se opor a investigações, "desde que sejam baseadas em processos".

"Se houver processos, não há perseguição. Se não houver processo, se há perseguição, não vamos deixar", disse Kangamba, acrescentando, no entanto, que "quem tem processo-crime pode responder".

"Quando são coisas que nada têm a ver com o bem da sociedade e visam destruir o partido, destruir militantes, não vamos deixar", reafirmou o general na reserva, familiar próximo do ex-Presidente Eduardo dos Santos.

Kangamba assumiu que ele próprio está preparado para fazer face a acusações, desde que haja "factos", mas deixou o aviso: Ele não é "qualquer tipo de pessoa".

"Sou uma pessoa que tenho massa associativa e que tenho povo, não sou qualquer mosquito ou mosca".

"Para mexerem no Bento Kangamba têm que ter factos", concluiu.

Recorde-se que em Fevereiro deste ano, Bento Kangamba contestou o conteúdo da Lei sobre o Repatriamento de Recursos Financeiros Domiciliados no Exterior, iniciativa do Presidente da República, defendendo que o Governo de Angola não pode forçar os empresários a repatriar os seus fundos legítimos que estão depositados no estrangeiro.

"Eu é que sei onde posso guardar o meu dinheiro. Posso guardá-lo num garrafão, na Bélgica, na Europa, e isso é normal para qualquer empresário de qualquer parte do mundo", alegou.