Com o slogan "O amor é uma arma para a vitória", Joao Bruno Putulukeso concorre às eleições municipais da Finlândia como uma inesperada "munição" do partido Verdadeiros Finlandeses para rebater as acusações de intolerância, nomeadamente contra imigrantes e refugiados, sobretudo negros e ciganos.
Afinal, como acusar um grupo de discriminar negros quando o mesmo escolhe ser representado por um?
Para reforçar esta ideia de que o partido Verdadeiros Finlandeses afinal respeita as diferenças culturais e até promove a integração das minorias étnicas, o pastor protestante de origem angolana publicou uma espécie de manifesto de campanha em que descarta a ideia de que a sua força política seja "inimiga dos imigrantes".
Segundo se lê na mensagem, divulgada online, Joao Bruno Putulukeso garante que os imigrantes que respeitem as leis e regras da sociedade finlandesa poderão integrar-se em paz, e até promete melhorar as condições dos estudantes estrangeiros.
Por outro lado, o denominado "Hitler negro" - apelido popularizado à medida do seu bigode, a lembrar o líder da Alemanha nazi, e da sua conotação à extrema-direita ultranacionalista -, elegeu a defesa dos valores da família e do meio ambiente como prioridades.
"A família deve ser protegida, o matrimónio é uma coisa entre o homem e mulher", apregoa Joao Bruno Putulukeso, reafirmando a oposição do seu partido ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, recentemente introduzido na Finlândia.
Além da declarada contestação aos direitos matrimoniais dos homossexuais,o partido Verdadeiros Finlandeses - que foi a segunda formação mais votada nas eleições legislativas de 2015, o que lhes valeu a entrada para o Governo -, distingue-se pelo cunho ultranacionalista, eurocéptico e anti-imigração dos seus programas políticos.