Diariamente, sobe o número de países «baptizados» com casos do novo coronavírus, oficialmente apelidado de Covid-19. Já são mais de 70 países no mapa de uma doença que se vai revelando com grande poder de propagação. Atentas ao desenrolar dos factos, as autoridades angolanas agravaram as medidas de prevenção: vários países foram colocados na lista «negra» de proibição de entrada de cidadãos em Angola. A par da assumida vulnerabilidade do país, há mais uma razão de fundo que levara à tomada de decisão: para manter operacional os dois centros de quarentena, o Governo angolano tem desembolsado, diariamente, 30 milhões de kwanzas.

Segundo uma fonte do Novo Jornal, que preferiu o anonimato, cada um dos dois centros de quarentena, a funcionarem desde início de Fevereiro, no território luandense, tem uma despesa aproximada de 15 milhões de kwanzas.

"Os centros do Calumbo [em Viana] e da Barra do Kwanza estão a custar ao Governo cerca de 30 milhões de kwanzas. São valores muito elevados para um país que atravessa uma crise económica", observou a fonte deste jornal ligada ao aparelho directivo do Ministério da Saúde (MINSA).

O dirigente advoga que tais custos tiveram igualmente peso na decisão tomada pelas autoridades angolanas de limitarem o acesso ao país de cidadãos oriundos de sete países com registo de «casos autóctones» do Covid-19.

«Não falo sobre questões financeiras»

Contactado pelo NJ, o secretário de Estado para a Saúde Pública não confirmou nem desmentiu os valores avançados pela fonte deste jornal sobre os gastos de manutenção dos dois centros de quarentena.

"Não falo sobre questões financeiras. A única coisa que te posso dizer é que os gastos são elevados", respondeu, curto, o epidemiologista Franco Mufinda.

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