Durante o encerramento, na quinta-feira, várias embarcações e mercadorias foram apreendidas, informou ao Novo Jornal um responsável do Centro Regional de Luanda do Servico Nacional de Fiscalização. Aquele responsável, que preferiu o anonimato, salientou que "esta acção das autoridades visa levar a ordem aos pescadores e as vendedoras sobre o cumprimento do estado de emergência, decretado pelo Presidente da República a 27 de Março.

" O que foi orientado é para se cumprir. E nesta zona praticam a descarga de embarcações de venda de peixa, sobretudo as embarcações artesanais que, ao fazerem a descarga de peixe, criam aglomerados, o que não pode ser", salientou.

O responsável afirmou que as medidas de encerramento do mercado da Mabunda não são de proíbição da actividade da pesca, e que as embarcações devidamente autorizadas devem fazer a descarga de peixe na ponte casi da ilha de Luanda. Entretanto, o Novo Jornal apurou no local que cerca de 12 embarcações foram apreendidas pela fiscalização marítima de Luanda.

A fonte do Centro Regional do Servico Nacional de Fiscalização de Luanda garantiu que as mercadorias apreendidas serão levadas para os centros de acolhimentos da cidade da capital.

Várias vendedoras disseram ao Novo Jornal que nunca foram avisadas e que esta medida as apanhou de surpresa, lamentando a atitude das autoridades.

Francisco Alexandre, porta voz da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda, disse ao Novo Jornal que tal medida se deve ao facto do mercado registar um excessivo movimento de pessoas, entre peixeiras e clientes, sem a observância das regras básicas de distanciamento determinada pelo Ministério da Saúde.

Segundo Francisco Alexandre, este encerramento é para impedir a eventual propagação do coronavírus.

Importa referir que a Mabunda é o maior mercado de venda de peixe em Luanda, onde peixeiras e clientes adquirem, maioritariamente, os peixes que chegam à mesa das famílias em Luanda.