Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa online, perante um cada vez maior número de declarações públicas que desvalorizam a morte dos idosos, fez questão de lhes atirar com a sua convicção de que esse comportamento é a "bancarrota moral" de quem assim pensa mas também das comunidades que integram e onde este pensamento vai fazendo caminho.

A desvalorização da morte dos mais velhos é o primeiro passo para aquilo que o chefe da OMS denomina de um problema social grave que é a perda de vigor no princípio de que é preciso que as pessoas tratem uns dos outros.

Tedro Ghebreyesus foi ainda mais claro: "Não podemos permitir que nos encontremos numa situação em que o cuidar dos outros é desvalorizado", porque isso seria admitir que mais cedo ou mais tarde estaremos numa situação de cada um por si.

O director-geral da OMS aproveitou ainda para apelar, mais uma vez, a todos aqueles que minimizam a gravidade da infecção provocada pelo novo coronavírus que não o façam porque se trata de uma "doença muito grave" e que esse comportamento é em si um descuidado com os outros, especialmente uma falta de cuidado dos mais novos - onde, em princípio, a Covid, é menos agressiva - para com os mais velhos - que, como se sabe, sentem muito de forma muito mais severa a infecção.

Recorde-se que em todo o mundo a pandemia já matou mais de 850 mil pessoas e infectou cerca de 25,5 milhões, sendo que, destes, em Angola foram já registados 2.654 casos, com 108 mortos, estando ainda 1.475 casos activos, estando agora o vírus disperso por todo o País, havendo apenas três províncias livres da infecção, sendo que é em Luanda que está a esmagadora maioria das infecções e dos mortos.

O vírus, o que é e o que fazer, sintomas

Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.

Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação

Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.

O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.

A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.